Folha de S.Paulo: Os marcianos já caminharam na Terra
Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo
Na imensidão do Universo há incontáveis galáxias, cada uma com bilhões de estrelas, rodeadas por ainda mais planetas. Entre tantos, não há como duvidar de que muitos têm vida inteligente. Certamente, muitos planetas já alcançaram a era espacial: seus habitantes circulam entre os astros, explorando novos mundos. Não é possível que não encontrem um lugar lindo como a Terra.
Enrico Fermi (1901-1954), o grande físico ítalo-americano que liderou o projeto nuclear dos EUA, não estava convencido. “Esses seres superiores já deveriam ter chegado. Onde estão eles?” A resposta, descarada, veio do físico e biólogo húngaro Leo Szilard (1898″”1964): “Eles já estão entre nós, só que se denominam húngaros”. Assim nasceu a lenda dos marcianos.
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Nos anos em torno da 2ª Guerra Mundial, emigrou para os EUA um grupo impressionante de cientistas húngaros, especialmente matemáticos e físicos de origem judaica.
Além de Szilard, estavam Theodore von Kárman (1881-1963), Eugene Wigner (1902-1995), John von Neumann (1903-1957), Edward Teller (1908-2003), Paul Erdös (1913-1996), Peter Lax (nascido em 1926) e muitos outros.
Com seu talento sobre-humano —e o sotaque do Drácula nos velhos filmes protagonizados pelo húngaro Bela Lugosi —, eram um grupo à parte. Ficava fácil acreditar que não eram deste mundo.
Dizia-se que uma nave marciana pousara em Budapeste por volta de 1900. Após a conclusão de que a Terra não lhes interessava, os alienígenas foram embora mas não sem antes gerarem os famosos cientistas. Estes contribuíam para enfeitar e propagar a lenda, adicionando “evidências”. Edward Teller, que se orgulhava das iniciais E.T., fingia preocupação: “A história está se espalhando, aposto que von Kármán anda falando demais!”
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