Navegar

11/06/2019

Em premiação da OBMEP, Viana destaca empenho dos alunos

Isabela ao lado dos pais: na segunda medalha da OBMEP, mais alegria e confiança

Ao receber pela segunda vez uma medalha na OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), a estudante Isabela Silva dos Santos, 13 anos, sentiu novamente a alegria da conquista, mas não a incredulidade experimentada em sua estreia entre os premiados na maior competição estudantil do país. Se há dedicação, ela já sabe, a matemática está ali, ao alcance das mãos.

“Na primeira vez, nem conseguia acreditar… Eu?! Meu nome ali na lista de premiados?!”, contou durante a entrega das medalhas de prata e de bronze conquistadas na OBMEP 2018 por alunos das escolas das redes municipal e federal de ensino do município do Rio de Janeiro.

Leia também: Prêmio IMPA-SBM de Jornalismo 2019 abre inscrições
Livro de Paulo Ney vira história transformadora em Berkeley
A matemática sem fronteiras do senegalês Khadim War

Além de Isabela, outros 218 estudantes de 45 escolas municipais e federais receberam certificado de premiação e medalha em cerimônia realizada na tarde desta segunda-feira (10) no auditório do Colégio Pedro II – Campus São Cristóvão II, na zona norte do Rio. No evento, também foram homenageados 15 professores e sete escolas, premiados na OBMEP 2018 pelo desempenho de seus alunos na competição. A cerimônia para instituições da rede estadual será nesta terça-feira no mesmo local.

Estudantes e professores premiados do Colégio da Aplicação da UFRJ

Realizada desde 2005 pelo IMPA e promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação (MEC) e apoio da SBM (Sociedade Brasileira de Matemática), a competição é destinada a estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. A 14ª edição, no ano passado, reuniu estudantes de mais de 54 mil escolas públicas e privadas. Conquistaram ouro, prata e bronze cerca de 7.500 alunos.

Em discurso durante a cerimônia, o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, observou que, na OBMEP, competimos com nós mesmos, tentando vencer as nossas limitações, e que nada representa melhor a perseverança do que uma medalha alcançada em uma competição com 18,2 milhões de participantes de todo o país.

Além de organizador da OBMEP, Viana contou que este ano estreou na olimpíada desempenhando um novo papel: pai de participante. Aluno do 6º ano de escola pública federal, o filho dele fez a prova pela primeira vez este ano e foi aprovado para a segunda fase da competição, a ser realizada em 28 de setembro.

“Nunca o vi tão eufórico como quando ele chegou contando que tinha sido aprovado. Esse entusiasmo que OBMEP carrega eu ainda não tinha ainda experimentado diretamente e se somou ao encanto que acho que essa olimpíada tem. Aliás, qualquer atividade que incentive os nossos jovens a quererem ir mais além, a vencerem seus desafios. E agora é o momento em que nós reconhecemos isso”, disse Viana, que encerrou seu discurso com um agradecimento aos professores, pais de alunos e estudantes.

Professora premiada Dayse Antunes ao lado de Viana e do professor Miguel Vilarde 

Durante a cerimônia, o diretor-geral do Campus São Cristóvão II do Pedro II, Bernardino Paiva Matos, destacou a importância do trabalho do professor, assim como a coordenadora da Educação Básica da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Isaura Barreto, que, em seu discurso, enfatizou a importância de um olhar mais generoso para a Matemática. Segundo observou, “a OBMEP é um projeto de grande relevância” para essa mudança que está em curso. 

Que o diga Adriana Azevedo de Castro Borba, uma das professoras premiadas na OBMEP 2018. Ela, que acompanha a olimpíada desde a primeira edição, em 2005, considera a competição um grande estímulo para os estudantes. “A OBMEP veio para mostrar quão desafiadora e divertida é a matemática. E também para que os estudantes vejam que a matemática não é só números”, observou ela, que leciona na Escola Municipal Ary Barroso, em Cordovil, na zona norte do Rio.

Um dos premiados com bronze, Yuri Cauã Faustino de Oliveira, 16 anos, estudante do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Pedro II Unidade Humaitá II, sabe bem disso. Ele já gostava de matemática ao participar pela primeira vez da OBMEP, mas contou que a prova é um estímulo adicional. “Gosto especialmente das questões mais difíceis. Eu me sinto ainda mais desafiado.”

Cerimônia de premiação da OBMEP foi realizada no Colégio Pedro II 

No fim da cerimônia, Isabela quis registrar o momento ao lado dos pais, Paula, diretora pedagógica da Escola Municipal Adlay Stevenson, e Alexandre, servidor público, estavam igualmente felizes com o sucesso da filha e falaram sobre o incentivo dado em casa. “Apoiamos. E bota apoio nisso! Aos sábados, saímos do Irajá, na zona norte, e vamos até a UniRio, na zona sul, para ela acompanhar as aulas do PIC. São quatro horas lá, sentados, aguardando a aula acabar”, brinca a mãe, que elogia o Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), destinado  premiados da OBMEP.

É provável que a rotina nada usual se repita em 2020. Isabela foi aprovada para a segunda fase da OBMEP 2019. Se conseguir mais uma medalha, a família Silva dos Santos já tem programação garantida para os sábados do ano que vem.