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09/12/2020

Em coluna na Folha, o espetacular calendário maia

Foto: Wikimedia Commons

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

A escrita foi inventada pelo menos três vezes: sumérios, na Mesopotâmia, por volta de 3.200 a.C.; chineses, cerca de 1.200 a.C.; e maias, na América Central, perto de 500 a.C..

O sistema chinês permanece em uso, praticamente sem mudanças. A escrita cuneiforme suméria, apesar de ter originado a maioria dos alfabetos atuais, foi esquecida e redescoberta no século 19.

A civilização maia se desenvolveu a partir de 2.000 a.C. e alcançou o apogeu entre os anos 250 e 900. À chegada dos espanhóis (início do século 16), a sua escrita ainda era compreendida por alguns dos descendentes, mas a colonização apressou a decadência. Só quatro “livros” sobreviveram às purgas das autoridades religiosas, que viam nos magníficos glifos (símbolos) maias a manifestação do demônio, logo ninguém seria capaz de lê-los.

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Como para a maioria das línguas antigas, a primeira parte da escrita maia decifrada foram os números e o calendário, no século 19. Os maias descobriram o zero no início da nossa era, meio milênio antes dos hindus, e criaram um sistema de numeração posicional análogo ao nosso, exceto que usavam a base 20 no lugar da base 10.

Obcecados pelo tempo, elaboraram um calendário espetacular. Davam nomes aos dias usando ciclos de 13 e 20 dias, perfazendo 260 nomes. Também usavam um ciclo de 365 dias, divididos em 18 meses de 20 dias mais um mês especial de 5 dias. A combinação dessas duas contagens se repete a cada 18.980 dias (o mínimo múltiplo comum entre 260 e 365), pouco mais de 50 anos.

Para registros históricos, utilizavam o “calendário longo”, combinação complexa de diferentes ciclos, cujo início fixaram na criação do mundo, que teria sido em 13 de agosto de 3.114. Um desses ciclos se completou em 21 de dezembro de 2012 e não faltou quem quisesse ver nisso uma profecia do fim do mundo (fizeram até filme). Mas o calendário maia tem ciclos muito mais longos.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal

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