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18/06/2018

Linguagem de programação vira música em seminário no IMPA

 

Pode-se dizer que Vitor Rolla é um maestro, mas não espere vê-lo com uma batuta nas mãos. Adepto de uma técnica criativa chamada live coding (codificação ao vivo), o pós-doutor do IMPA tem uma maneira nada usual de compor e comandar instrumentos: insere algoritmos em um laptop. Diante da plateia, códigos indecifráveis para a maioria de nós logo se transformam em algo compreensível a todos: música!

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Forma inovadora de unir ciência da computação e práticas criativas, o live coding tem sido usado em vários países em produções de vídeo e música eletrônica, especialmente Estados Unidos, Canadá, Austrália, Argentina, México e Reino Unido. A prática também possui viés pedagógico, como na Orquestra Cybernética da Universidade McMaster (Canadá), que promove o ensino de programação de computadores através de performances do tipo.

Se você ficou curioso, reserve um tempo na próxima quarta-feira (20) para acompanhar o resultado de um dos trabalhos que Rolla desenvolve no pós-doutorado do Visgraf, o Laboratório de Computação Gráfica do IMPA. Às 13h30, no auditório 3 da instituição, ele apresentará o seminário performance Live Coding Music.

Após uma breve introdução à linguagem de programação ChucK e à técnica de live coding, Rolla irá codificar um trecho musical inspirado na obra “Robotic Pianos”, composição de Andrew Sorensen, artista-programador e pesquisador sênior da Queensland University of Technology (Austrália), conhecido por linguagens usadas em performances ao vivo ao redor do mundo, como Impromptu e Extempore.

Vitor faz pós-doutorado no IMPA

 “O live coding é um novo tipo de arte-performance, no qual se usa o computador como instrumento”, detalha Rolla, doutor em Engenharia Informática pela Universidade de Coimbra, Portugal. A técnica pode ser usada com vários gêneros musicais, diz ele.

Formado em processamento de dados na UnB, fez mestrado em Ciência da Computação no Instituto Militar de Engenharia (IME) e seguiu para uma temporada em Portugal, onde aprofundou os estudos em composição algorítmica, redes complexas, inteligência artificial, simulação e live coding.

De volta ao Brasil, Rolla pesquisa em seu pós-doc as propriedades complexas das redes musicais provenientes de músicas clássicas. Recentemente, publicou um estudo sobre o assunto no periódico Europhysics Letters, edição de abril: “The complexity of classical music networks”.

Para mais informações sobre o tema, acesse também o site da TOPLAP, organização que promove mundialmente o live coding.

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