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12/06/2018

Obstáculos pouco visíveis para mulheres nas Ciências Exatas

Reprodução do blog do IMPA Ciência & Matemática, de O Globo, coordenado por Claudio Landim

 

Bruna da Silva Magno, estudante de mestrado em matemática na UFABC, 

Carolina Araujo, pesquisadora no IMPA

Marcia Barbosa, é docente da UFRGS e diretora da Academia Brasileira de Ciências,

Natasha Felizi, diretora de divulgação científica no Instituto Serrapilheira

A professora titular Marcia Barbosa entra na sala de seminários de um evento de física e, como sempre, ela é a única mulher. Passados 30 anos de seu doutorado, ela deveria estar acostumada, mas a disparidade de gênero é como uma lesão antiga que incomoda em dias frios. 

A área de Ciências Exatas, Tecnologia, Engenharia e Matemática (Cetem) no Brasil tem dentre os estudantes de graduação um percentual de mulheres em torno de 30% [1]. Família e escola são cúmplices em ensinar que destreza com ferramentas e foco são atributos masculinos, enquanto sensibilidade, cuidado e cooperação são qualidades femininas [2]. 

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A matemática Carolina Araujo, única pesquisadora do quadro permanente do IMPA, também tem memórias doloridas de sua trajetória como mulher em Cetem. Ela lembra uma ocasião, quando, ainda recém-doutora, foi convidada a dar palestra em evento de ciência e tecnologia. Era a única palestrante mulher. Ela tomava café com colegas antes da solenidade de abertura quando o coordenador veio apresentar uma autoridade aos conferencistas.

Ao ser apresentado a Carolina, o senhor, muito distinto, perguntou ao coordenador se era sua esposa. Diante da resposta negativa, tentando reparar o constrangimento causado, o senhor disse que, em caso positivo, teria dado parabéns ao coordenador pelo bom gosto, oferecendo a Carolina um sorriso cortês.

Anos depois, em outro evento científico para o qual foi convidada como palestrante, os organizadores distribuiriam brindes aos participantes na cerimônia de encerramento. A distribuição seria feita por mulheres jovens da equipe de suporte. Carolina foi convidada a juntar-se a elas para ajudar na entrega dos brindes aos participantes, em sua grande maioria homens, saindo da condição de cientista convidada e assumindo o seu lugar de “mulher”.  

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal 
 
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