Na Folha, Viana fala sobre a ‘falácia do custo irrecuperável’
Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo
O amigo leitor comprou ingresso para o show da Madonna e estava empolgado. Mas no dia acorda doente e, para piorar, está chovendo muito. Não vai conseguir aproveitar o show e ainda pode piorar a sua saúde. Mas já gastou o dinheiro do ingresso, que não pode ser vendido nem transferido para outra pessoa. O que fazer?
Confrontados com situações como esta, em que houve um gasto prévio (de tempo, dinheiro, esforço etc.), a maior parte de nós opta por não “desperdiçar” o investimento e seguir com o projeto —neste caso, ir ao show—, ainda que isso eventualmente possa acarretar um gasto ainda maior. É tão comum que tem nome: falácia do custo irrecuperável.
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Não é uma atitude racional: no esforço para não desperdiçar o dispêndio feito irrecuperável, a pessoa se sujeita a gastos ainda maiores, que, esses sim, poderiam ser evitados. E não são apenas as pessoas físicas que incorrem nessa falácia.
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