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05/05/2023

Meninas Olímpicas do IMPA participam de atividades lúdicas

Uma tarde de jogos lúdicos e divertidos, um bate-papo descontraído com as pesquisadoras Carolina Araujo e Luna Lomonaco. Assim foi a tarde das estudantes que integram o programa Meninas Olímpicas do IMPA, em visita ao instituto nesta sexta-feira (5). O grupo, composto por 62 alunas de escolas públicas, foi recebido pelo diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, em um dia dedicado à integração e à diversão a partir de jogos matemáticos.

O programa, que está em sua terceira edição, busca estimular a participação de meninas entre 14 e 17 anos em olimpíadas de matemática e no campo das exatas em geral, com o objetivo de aumentar a presença feminina em áreas como matemática, computação, tecnologia, entre outras. 

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Para Marcelo Viana, as três edições do programa mostram “a importância e o potencial de alcance da iniciativa em promover a presença e a permanência feminina em carreiras científicas, abrindo horizontes para muitas meninas desenvolverem suas opções profissionais”.

A primeira atividade do dia contou com a participação das pesquisadoras do IMPA Carolina e Luna. Sob olhares atentos, elas contaram para as estudantes como decidiram cursar matemática, compartilharam a trajetória acadêmica, as dificuldades encontradas e aproveitaram para debater os desafios da área. As matemáticas responderam ainda a uma série de perguntas das estudantes que estão entre o 7º e 9º ano do Ensino Fundamental.

O diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, e as pesquisadoras Luna Lomonaco e Carolina Araujo foram presenteados com uma blusa do projeto

No salão de leitura, as alunas puderam se divertir com atividades lúdicas envolvendo matemática, elaboradas pelos programas “Dá licença” (UFF) e Jogos & Matemática, da Unirio.

Aluna do Instituto de Educação Carmela Dutra, na zona norte do Rio de Janeiro, Marianna David, de 17 anos, contou que antes de participar do programa, não gostava de matemática e que as atividades propostas a inspiraram a pensar em uma profissão na área de exatas.

“Tem sido [um programa] muito desafiador. Durante as primeiras atividades, cheguei a falar: ‘não era para eu estar aqui’, mas depois a participação foi fazendo sentido. O dia de hoje está sendo muito estimulante, abriu muito minha visão. Hoje, eu já me interesso em explorar a área de exatas”, conta a estudante que será a primeira da família a concluir o Ensino Médio. 

Já CIara Fiorito, de 14 anos, aluna do Colégio Pedro II, conta que na edição passada integrou o Meninas Olímpicas do IMPA como voluntária e agora está como bolsista do programa. “O projeto abre muitas portas. Comecei a ver robótica no ano passado, o que foi muito legal e é muito bom nos sentirmos sempre apoiadas.” 

Letícia Rangel, coordenadora do Meninas Olímpicas do IMPA e professora aposentada do Colégio de Aplicação da UFRJ, explica como o programa é capaz de mudar o dia a dia das alunas. 

“O projeto alcança uma dimensão importante no que se refere à segregação, que   interfere na auto seleção que faz com que as meninas, muito baseadas nos estereótipos, entendam que aquela área não é a delas, então elas nem tentam. Acho que neste sentido o projeto contribui muito, pois faz com que essas meninas sintam-se pertencentes à matemática.” 

Sobre o Meninas Olímpicas do IMPA

O programa Meninas Olímpicas do IMPA está presente em 10 escolas de diferentes regiões do Rio de Janeiro e em Niterói, e oferece bolsas para 50 alunas se dedicarem às atividades do projeto, que ocorrem uma vez por semana nas próprias unidades de ensino. O programa também recebe alunos voluntários, ou seja, meninos e meninas que têm interesse nas atividades propostas, mas não são contemplados com bolsa. Hoje, 62 estudantes integram o Meninas Olímpicas do IMPA.

Daniella Gonzaga, auxiliar do projeto na escola Cardeal Arcoverde, em Madureira, na zona norte do Rio, classifica o programa como uma oportunidade de encorajamento.  

“As meninas entram sem acreditar no potencial delas e depois, elas passam a acreditar em si e as famílias também. O mais importante é o empoderamento que o programa proporciona e mostra que elas podem acreditar num futuro melhor através da educação”.

Daniella Gonzaga

Atualmente, o Meninas Olímpicas do IMPA é um programa inteiramente custeado pelo IMPA. 

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