Por que não existe prêmio Nobel da matemática?
Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo
Há todo tipo de lendas sobre por que não existe Prêmio Nobel da matemática. Conta-se que Alfred Nobel (1833-1896), o industrial sueco que legou a maior parte de sua fortuna para a criação dos famosos prêmios, não gostava de seu compatriota matemático Magnus Gustav Mittag-Leffler (1846-1927). Essa parte é verdade, não gostava mesmo. Que não criou com receio de que outro ganhasse. Isso já é forçado. E que haveria uma história de saias entre os dois. O que, segundo os meus colegas suecos, é estapafúrdio.
A resposta correta é também a mais simples: Nobel não podia criar prêmios para todas as áreas do conhecimento e atividade! A partir da sua trajetória pessoal como químico e inventor, angustiado pelo uso militar de sua maior descoberta, a dinamite, ele escolheu os cinco temas que lhe pareciam mais diretamente ligados ao progresso da humanidade: química, física, fisiologia ou medicina, literatura e paz.
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Inclusive, o que conhecemos como “Prêmio Nobel de Economia” não é de sua autoria. O nome oficial é “Prêmio em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel” e é uma criação tardia do Banco Central da Suécia, que o financia. Foi dado pela primeira vez em 1969, enquanto os cinco prêmios criados por Nobel vêm sendo concedidos desde 1901. Mas, a esta altura, o seu prestígio é comparável ao dos prêmios originais.
Os Nobel são concedidos anualmente, e o seu montante atual é de 10 milhões de coroas suecas, um pouco mais de R$ 5 milhões, que podem ser compartilhados por até três pessoas ou, no caso do prêmio da Paz, organizações. Até hoje, os seis prêmios já foram concedidos em 615 ocasiões, a 989 laureados, incluindo 61 mulheres.
É possível ganhar mais do que uma vez, mas é muito raro: apenas cinco pessoas e duas organizações conseguiram essa façanha até hoje. Entre eles, a cientista Marie Curie, agraciada com o prêmio da Física em 1903 e o da Química em 1911.
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