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02/05/2019

Memória: 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci

Em 2 de maio é celebrado o quinto centenário da morte de Leonardo Da Vinci. Um dos precursores da atividade de divulgação científica, o artista já havia percebido, no século 15, a importância da difusão do conhecimento, ao estabelecer que o dever do homem da ciência é a comunicação. 

Famoso por combinar arte e ciência em seus trabalhos, com especial interesse pela anatomia humana, como demonstrado na célebre obra “Homem Vitruviano”, Da Vinci é um expoente do Renascimento italiano.  

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Nascido em 15 de abril de 1452, em Anchiano, vilarejo na comuna de Vinci, na província de Florença (Itália), viveu por 67 anos, consagrando-se como um dos polímatas mais conhecidos mundialmente. De origem grega, a palavra polímata significa “aquele que aprendeu muito” e faz referência à pessoa que tem aptidão para várias áreas do saber.

Reverenciado pelas intrigantes telas “A última ceia” e “Mona Lisa”, Da Vinci também se destacou como cientista, matemático e inventor, além de pintor e escultor. 

Réplicas das principais criações do gênio italiano, representadas por imagens da exposição “As Máquinas de Leonardo Da Vinci”, realizada em Brasília (DF)

As invenções do artista eram tão modernas que seu gênio multifacetado parecia antever o futuro. Projetou máquinas bélicas, como o tanque de guerra e a catapulta, equipamentos voadores, como o paraquedas e a asa-delta, e até mesmo robôs. 

A Divina Proporção

O tipo de simetria encontrado nos trabalhos de Da Vinci é relacionado à concepção da beleza. Chamada de razão áurea, essa proporção se repete no universo e é representada pela letra grega phi (Φ = 1,618034…).

Esse número mágico, conhecido como número de ouro, desperta a curiosidade de estudiosos desde a Antiguidade e também pode ser encontrado na arquitetura, pinturas, esculturas e, especialmente, na natureza.

“Homem Vitruviano”, de Leonardo Da Vinci

Nos seres humanos, as ideias de proporção e simetria não são difíceis de identificar. A altura do corpo humano e a medida do umbigo até o chão, por exemplo, têm como resultado 1,618. A medida do ombro à ponta do dedo e a medida do cotovelo à ponta do dedo, também.

Da Vinci realizou investigações anatômicas entre 1485 e 1515, com estudos sobre ossos, músculos, nervos e até mesmo fetos.

Homenagens

As homenagens pelos 500 anos da morte de Da Vinci começaram em 29 de outubro de 2018, na Itália, com a exposição de um dos mais famosos manuscritos do gênio da Renascença, o Código de Leicester. Emprestado pelo magnata Bill Gates à Galeria de Ofícios de Florença, o manuscrito é o único dos grandes códigos de Da Vinci que não pertence ao Estado. Ao ser adquirido por US$ 30 milhões em leilão, tornou-se o livro ou documento mais caro do mundo. 

O manuscrito aborda o movimento da água e o fluxo dos rios. Ensina como evitar a erosão ao construir pontes. Explica a presença de fósseis marinhos nos cumes das montanhas. Mais: reúne desenhos de engenharia para mergulhadores e submarinos, estuda a luminosidade da lua, ensina por que o céu é azul, revisa a teoria do dilúvio universal e cataloga uma variedade infinita de movimentos da água.

A França também celebra o quinto centenário da morte de Da Vinci, que viveu seus últimos três anos no Vale do Loire. Ele está enterrado há meio milênio no castelo real de Amboise, moradia de reis, como François I, que o convidou a vir à França. Ao chegar em 1516, foi nomeado “primeiro pintor, engenheiro e arquiteto real” e recebeu permissão para viver no castelo de Clos-Lucé, a 400 metros do castelo de Amboise.

Castelo de Amboise (França)/ Crédito: Amboise Château Royal

Com uma grande exposição em torno da pintura “A Morte de Leonardo da Vinci nos Braços de François I” (1781), de Ménageot, que mede cerca de 3 metros por 4 metros, Amboise festeja o legado de Da Vinci e a história de sua amizade com o rei, reescrita ao longo dos séculos para servir aos interesses da monarquia francesa.

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