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25/04/2019

'IMPA Portas Abertas' estreia com palestras e brincadeiras

Marcelo Viana dá as boas-vindas aos visitantes: matemática para todos

Diante da pergunta “Quem aqui já ouviu falar sobre o IMPA?”, pouco mais de dez mãos se ergueram no auditório onde, nesta quinta-feira (25), o diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, Marcelo Viana, deu as boas-vindas aos visitantes da 1ª edição do “IMPA Portas Abertas”. Mas quando ele perguntou sobre a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matem&a acute;tica das Escolas Públicas), praticamente todos levantaram os braços.

“A partir de agora vocês já sabem que o IMPA é quem organiza a OBMEP”, explicou Viana, para, em seguida, acrescentar que o instituto também é responsável pela seleção das equipes do Brasil que participam de olimpíadas internacionais de Matemática.

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No bate-papo que abriu as atividades do primeiro dia do programa de visitantes, Viana falou sobre as missões do IMPA à plateia, formada por alunos de quatro escolas do Rio e de Niterói – Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, Colégio Paulo Freire, Escola Municipal Equador e Colégio Pedro II Campus São Cristóvão – e expositores das atividades lúdicas realizadas no evento.

Jogos de tabuleiros de várias partes do mundo

Após citar a pesquisa em Matemática e a formação de pesquisadores, Viana enfatizou que o “IMPA Portas Abertas” faz parte da terceira missão do instituto, que é disseminar o conhecimento matemático.  

Durante a conversa, o diretor-geral do IMPA perguntou sobre o mais recente feito do Brasil nas olimpíadas de Matemática. Uma estudante do Colégio Pedro II Campus São Cristóvão contou sobre a vitória na EGMO, olimpíada europeia para meninas, realizada este mês. O país trouxe três medalhas, uma delas de ouro, conquistada por Mariana Groff, de 17 anos.

Várias possibilidades para despertar o raciocinio lógico

“Vamos lançar no Brasil, também, uma competição especialmente para meninas”, contou o diretor-geral do IMPA, sobre o Torneio Meninas em Matemática, iniciativa para incentivar a participação das estudantes nas olimpíadas.

Antes de passar o comando da programação ao pesquisador Diego Nehab, da área de computação gráfica do IMPA, Viana brincou com os estudantes. Para os que não tiveram a sorte de encontrar no envelope azul deixado em cada cadeira o papel que garantia uma mascote, em pelúcia, do Biênio da Matemática 2017-2018, deu a solução: “Quem não ganhou tem de voltar aqui”.

Ao longo da manhã, os estudantes aprenderam como se faz tipografia por computador, tema da palestra de Nehab. O pesquisador voltou no tempo, até o ano de 1430, para contar detalhes sobre a elaboração de uma Bíblia que levou cem anos para ser ficar pronta.

Depois, Nehab passou pelos tipos móveis de Johannes Gutenberg (1400-1468) e apresentou uma página que ele mesmo produziu. “Como o computador só consegue lidar com números, é preciso que cada letra seja representada por um código”, detalhou, sobre o trabalho.

Pesquisador do IMPA, Rosenberg falou sobre a matemática nas bolhas de sabão

Harold Rosenberg, pesquisador do IMPA na área de geometria diferencial, mostrou aos estudantes que há Matemática nas fugazes bolhas de sabão.  Elas se caracterizam por serem as superfícies de área menor entre todas as superfícies limitadas por uma dada curva fechada no espaço. São as chamadas superfícies mínimas, que ele apresentou em vídeo.

À teoria, seguiu-se a prática. Os alunos divertiram-se com as atividades apresentadas no Gabinete da Matemática, do professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Humberto Bortolossi, e na exposição Jogos pelo Mundo, de Silvia Barbosa Nunes. Ela trouxe de Campinas (SP) uma série de desafios de tabuleiro, dos mais conhecidos, como o Solitário e a Dama, à Mancala, jogo africano.

Para Marcelo Miranda, estudante do 9º ano na Escola Municipal Equador, os objetos mais interessantes foram os dados curiosos, de diversas cores e formatos, e o poço gravitacional. Embora jovem, o menino afirma já ter o futuro programado. “Meu sonho é ser professor de Matemática e fazer mestrado nos EUA. Já estou até estudando inglês.” 

 

Marcelo Miranda, estudante do 9º ano da Escola Municipal Equador, segurando seus dados curiosos favoritos

Michelle Guimarães, professora de Marcelo, diz que a abertura do IMPA às escolas tem dupla função. “Ao mesmo tempo em que desmistifica a Matemática e mostra que ela pode ser divertida, apresenta aos alunos a realidade do mundo acadêmico.”

Antes da partida, os visitantes assistiram vídeos do Cineclube de Matemática da UFF e enfrentaram o desafio de colorir mapas com até quatro cores. Quem disse que Matemática não é divertido? Nesta sexta-feira (26), tem mais “IMPA Portas Abertas”.

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