Brasil confia mais na ciência do que outros países
Os brasileiros são os que mais confiam na ciência e nos cientistas em todo o mundo. Uma pesquisa realizada pela multinacional 3M mostra que 92% dos entrevistados brasileiros acreditam na ciência e 90% confiam nos cientistas, enquanto a média global é de 86%. O levantamento “State of Science Index Survey” ouviu 17 mil pessoas de 17 países das Américas, Europa, Ásia e Oceania. No Brasil, 1.000 pessoas participaram da pesquisa, que foi realizada online e presencialmente entre os meses de setembro e dezembro de 2021.
Para 87% dos brasileiros ouvidos, não há consequências negativas quando se valoriza a ciência e a produção científica. E 92% gostariam de saber mais sobre os trabalhos desenvolvidos por cientistas.
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“Este é o sexto levantamento realizado globalmente pela 3M e mostra que população em geral enxerga a ciência e a tecnologia como impulsionadores da qualidade de vida da humanidade. Os dados do Brasil apontam que 92% confiam na ciência, independentemente da classe social, idade, gênero e conhecimento técnico prévio, algo que nos surpreendeu positivamente. Isso nos mostra que os brasileiros perceberam que o trabalho dos cientistas impacta positivamente no nosso dia a dia”, disse ao Valor e ao Globo Paulo Gandolfi, diretor do departamento de pesquisa e desenvolvimento da 3M e responsável pela pesquisa na América Latina.
O levantamento abordou ainda a Diversidade, Equidade e Inclusão nos campos STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Nove em cada dez brasileiros entrevistados disseram que é importante aumentar a diversidade e a inclusão nestas áreas e 79% acreditam que minorias sub-representadas muitas vezes não recebem acesso igualitário à educação em exatas.
Pesquisa científica contribui para avanços na sociedade
O levantamento apontou que, no Brasil, 95% da população reconhece que a ciência é importante na vida cotidiana. Seja na saúde, tecnologia ou em diversas outras áreas, a pesquisa científica é essencial para o desenvolvimento da sociedade. E a matemática está diretamente relacionada a esses avanços. Tanto que a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) ressaltou que os matemáticos têm um importante papel nas soluções dos principais desafios da atualidade e para o alcance da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, além de defender que deveriam estar nos conselhos científicos dos governos para auxiliarem nas tomadas de decisões.
No IMPA, o Centro Pi (Centro de Projetos e Inovação IMPA) foi criado justamente com o objetivo de transferir tecnologia matemática e a capacitação de profissionais de alto nível para o setor produtivo. Entre os projetos do laboratório, estão a parceria com a Dasa, que resultou na criação de um algoritmo capaz de avaliar a quantidade de líquido amniótico, e com a Vale, que usou geoestatística e inteligência artificial para avaliar a viabilidade econômica das atividades de mineração.
“O IMPA vem buscando instrumentos para fazer progredir a aplicação da matemática na vida real e, em particular, na atividade econômica. O Centro Pi foi a melhor maneira de alcançar esse objetivo, que passa também por capacitar pessoas e por fazer a transferência de tecnologia ligada à matemática de dentro das portas da academia para as empresas”, afirmou o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, em entrevista à TV Brasil.
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