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29/11/2023

Folha: ‘Os números primos e o modo curioso de fazer contas’

Reprodução

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Os números primos estão entre as ideias mais simples e mais misteriosas da matemática. A definição é simples: um inteiro n maior do que 1 é primo se ele admite apenas dois divisores, o próprio n e o 1. Mas o modo como os primos se distribuem entre todos os inteiros ainda encerra muitos mistérios.

Uma observação fácil é que há três tipos de primos. Temos o 2, que é o único primo par. Depois vêm os primos da forma 4k+1, cuja divisão por 4 dá resto 1. Finalmente estão os primos da forma 4k+3, cuja divisão por 4 dá resto 3. Por exemplo, 5 e 13 pertencem ao segundo tipo, enquanto 7 e 11 pertencem ao terceiro.

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À primeira vista, estes dois últimos tipos de primos são muito parecidos e nada parece indicar que um deles seja mais especial do que o outro. No entanto, surpreendentemente, é isso mesmo o que acontece. E a prova está baseada num resultado matemático tão especial que o grande Gauss o chamou de “teorema áureo”.

Para explicar, preciso falar sobre um modo curioso de fazer contas que os matemáticos chamam aritmética modular. Funciona assim. Inicialmente, fixamos um número inteiro n maior do que 1, chamado módulo. Nas contas só são usados os números 0, 1, 2, … n-1. Para somar dois deles, somamos do jeito habitual, mas tomamos como resultado o resto da divisão dessa soma pelo n. Para multiplicar, fazemos o mesmo: multiplicamos do jeito usual e tomamos como resultado o resto da divisão desse produto pelo n.

Aprendemos na escola que um inteiro é chamado quadrado perfeito se for o quadrado de outro inteiro. Por exemplo, 49 é um quadrado perfeito porque ele é igual a 7×7. Essa noção também faz sentido na aritmética modular, usando a respectiva multiplicação. Por exemplo, 13 é um quadrado perfeito módulo 17, porque 13=8×8 (módulo 17).

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

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