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01/11/2023

Folha: Bézier, Casteljau e a revolução do design industrial

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Marcamos alguns pontos na tela e o computador desenha uma curva suave passando perto de cada um deles. Se não agrada, podemos modificá-la arrastando cada um dos pontos de controle para cá ou para lá. Se a quantidade de pontos é insuficiente, acrescentamos onde for conveniente. Se é excessiva, eliminamos os que não quisermos. Em cada caso, o computador recalcula a curva para se adaptar ao novo conjunto de pontos de controle, sem que precisemos nunca saber que equações usa para tal.

A mesma ideia seria usada para desenhar superfícies no espaço tridimensional, a partir de uma malha ajustável de pontos de controle. E o computador seria conectado diretamente às máquinas torneadoras, para que a peça fosse produzida exatamente conforme as especificações selecionadas. Essa é a visão trazida pelo engenheiro Pierre Bézier (1910–1999), a partir de 1960, para o design e produção dos carros Renault.

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A ideia chave para realizar essa visão fora descoberta em 1912 pelo matemático russo-ucraniano Sergei N. Bernstein: trata-se de uma sequência de polinômios que Bernstein usou para provar o chamado Teorema de Aproximação de Weierstrass. Mas para as aplicações práticas era indispensável encontrar um modo rápido e robusto de calcular o polinômio de Bernstein correspondente a cada conjunto de pontos de controle.

 
Bézier teve mais liberdade para divulgar as suas ideias. Nos anos 1960, desenvolveu e popularizou o software Unisurf, precursor do CAD, que entrou em funcionamento pleno na indústria automobilística em 1975, mesmo ano em que Bézier se aposentou da Renault. Dois anos depois, aos 67 anos de idade, defendeu a tese de doutoramento em matemática intitulada “Ensaio sobre a definição numérica de curvas e superfícies”.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal.

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