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13/01/2022

IMPA lança série de comemorações dos seus 70 anos

Desde que foi criado, em 1952, o IMPA trilhou um caminho de sucesso e vem se consolidando como um dos mais destacados centros de pesquisa do mundo. Se o instituto teve um início modesto, com orçamento pequeno e apenas dois pesquisadores no quadro docente, hoje, ele desempenha com primor um extenso escopo de atividades, que vão desde a pesquisa acadêmica de ponta à formação de professores da educação básica. Em 15 de outubro deste ano, o IMPA completa 70 anos de existência e, para marcar o septuagenário, lança, a partir deste mês, uma série de ações comemorativas.

“O IMPA é um exemplo inegável de sucesso no âmbito da ciência e da educação no Brasil. Isso por si só justifica que a data seja assinalada como merece. Mas a comemoração está voltada muito mais para o futuro do que para o passado. Queremos utilizar este momento para refletir sobre os rumos do instituto, todos os nossos projetos para o futuro. Daí também a aposta que a programação faz em falar para os jovens”, comenta o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana.

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Ao longo dos próximos meses, vamos falar, em diferentes formatos — reportagens, vídeos, lives, eventos, posts, quizzes e enquetes —, dos pontos mais marcantes da atuação do instituto, costurando seu passado, presente e futuro. Cada mês terá um tema principal, definido por marcos temporais da instituição. As festividades culminam numa conferência internacional, realizada entre 17 e 21 de outubro de 2022, que reunirá renomados pesquisadores de todo o mundo.

Além de relembrar pontos importantes da história do IMPA, como sua fundação, internacionalização, conquista da medalha Fields (considerada o prêmio Nobel da matemática) e a promoção do Brasil Grupo 5 da União Matemática Internacional (IMU, na sigla em inglês); vamos focar nos próximos movimentos do instituto, como o Centro Pi (Centro de Pesquisa e Inovação), criado para ampliar as parcerias com o setor produtivo, a construção do novo campus sustentável e a ampliação da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). 

Para Viana, alguns pontos comprovam que a ação e a presença do instituto na sociedade brasileira cresceu consideravelmente nos últimos anos. “A medalha Fields conquistada pelo pesquisador Artur Avila comprovou que é possível fazer ciência do mais alto nível no nosso país. O recém-criado centro de inovação em matemática industrial está colaborando com o setor produtivo na melhoria da produtividade da economia nacional. E a realização anual da OBMEP leva a ação do instituto para dentro das casas e escolas de todo o Brasil”, pontua.

Por isso, a expectativa do diretor-geral do instituto é que as festividades do septuagenário tenham o mesmo alcance que suas atividades. “Queremos que a comemoração do aniversário transcenda a comunidade científica e atinja todos, crianças e jovens, suas famílias e seus professores, que são tocados pelas iniciativas do IMPA.”

Live com pesquisadores marca lançamento das comemorações

Uma das primeiras iniciativas da comemoração será a live “IMPA 70 anos: passado, presente e futuro”, transmitida no YouTube do IMPA em 18 de janeiro, às 14h. Participam da conversa o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana; o diretor-adjunto e coordenador-geral da OBMEP, Claudio Landim, e os pesquisadores do instituto Artur Avila e Carolina Araujo. 

Fundação e marcos do IMPA

E não há como falar do sucesso do instituto sem lembrar da sua fundação e reconhecer o trabalho daqueles que transformaram o IMPA em um dos mais prestigiosos centros de pesquisa do mundo em sua área. Primeira unidade de pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), o IMPA foi criado em 15 de outubro de 1952, pelos matemáticos Lélio Gama (1892-1981), Leopoldo Nachbin (1922-1993) e Maurício Peixoto (1921-2019). Sem sede própria, o instituto foi alojado, inicialmente, em uma sala no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio, onde permaneceu até 1957.

Portaria de Criação do IMPA (1952)/ Acervo IMPA

Seu corpo científico era pequeno, embora composto de grandes nomes da ciência. Além do diretor, o astrônomo Lélio Gama, que também dirigia o Observatório Nacional (ON), o instituto contava com os jovens matemáticos Leopoldo Nachbin e Maurício Peixoto. A atuação de Gama, com sua experiência e sabedoria, à frente do IMPA teve papel crucial na criação e consolidação do instituto. Nachbin e Peixoto seriam, mais tarde, os primeiros brasileiros convidados a proferir palestras no Congresso Internacional de Matemáticos, o que representa uma grande conquista na carreira de um matemático.

Posse dos membros do IMPA (Novembro de 1952)/ Acervo MAST

Outros matemáticos e cientistas contribuíram para a consolidação do instituto, como a professora Maria Laura Mouzinho (1917-2013), que integrou a diretoria do IMPA entre 1953 e 1956, na qualidade de Secretária Geral. A professora Maria Laura foi a segunda Secretária Geral, sucedendo ao professor Maurício Peixoto e sendo sucedida no cargo pelo professor Manoel Teixeira da Silva.

Um importante marco da fundação do instituto aconteceu em 1955, quando o IMPA fez a aquisição dos primeiros volumes de revistas internacionais para a sua biblioteca, hoje conhecida como uma das mais completas do mundo, e conquistou autorização para publicação de livros. Estes avanços ajudaram o instituto a alcançar um de seus objetivos, que é a produção de literatura básica para a difusão do conhecimento matemático,  facilitando a aprendizagem e estimulando a vocação de jovens estudantes para a disciplina. Atualmente, os livros do IMPA são vendidos com exclusividade pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e podem ser encontrados na loja virtual da SBM.

Desde seu início, o instituto apostou na excelência do seu corpo científico, por meio de rigorosos critérios na contratação de pesquisadores e na seleção de pós-doutores e alunos de pós-graduação. Ano após ano, o IMPA se lança em novas iniciativas nos campos da pesquisa e da educação, mantendo o frescor e o pioneirismo que assinalam sua atuação.

Apesar de eventuais repaginadas, a missão do IMPA segue a mesma: estimular a pesquisa científica, formar novos pesquisadores e difundir e aprimorar a cultura matemática no Brasil, atraindo atenção para a área que é fundamental ao desenvolvimento das ciências e da tecnologia em geral. A expectativa para os próximos anos é que o instituto possa aumentar ainda mais sua contribuição para a sociedade e avançar nestes objetivos.

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