Shangjie Yang defende tese mirando no pós-doutorado
Observar o tempo necessário para que fenômenos aconteçam pode ser uma atividade com ares filosóficos. Mas no caso de Shangjie Yang, a tarefa é majoritariamente matemática. Doutorando pelo IMPA, o chinês defende a tese “Tempo de Mistura para Modelos de Interface e Sistemas de Partículas” na quinta-feira (29), com orientação de Hubert Lacoin. A partir das 9h, haverá transmissão pelo YouTube do IMPA.
No trabalho, o modelo de interface analisado é o de fixação do polímero interagindo com uma linha defeituosa impenetrável. E na fase repulsiva, Yang mostra que a distância de variação total ao equilíbrio despenca de um para zero. O segundo modelo de interface é uma variante do modelo de fixação de polímero, também sujeito a outra força externa, puxando a interface para longe da linha defeituosa.
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A tese aborda, ainda, como acontece o processo de exclusão simples assimétrico em um ambiente aleatório, onde as taxas de salto das partículas são obtidas independentemente de uma lei comum. “Resumidamente, meu objetivo é entender quanto tempo um algoritmo aleatório (cadeia de Markov) precisa para estar perto do equilíbrio”, aponta.
Nascido na zona rural da província de Cantão, na China, Yang veio para o Brasil em 2015 para ingressar no mestrado no IMPA. Antes de deixar o país de origem, cursou a graduação em matemática e em matemática aplicada na Universidade de Sun Yat-Sen. “Depois, fui para a Universidade de Nankai, em Tianjin, como aluno do mestrado por um ano e meio, mas não concluí.”
Já instalado no Rio de Janeiro, a parceria com o atual orientador Hubert Lacoin rendeu bons frutos. Entre os artigos, o futuro doutor destaca o trabalho “Metastability for expanding bubbles on a sticky substrate”. “Quando terminamos de resolver esse problema, fiquei tão animado, que não consegui dormir naquela noite”, confessa. Yang destaca também a publicação “Mixing time for the asymmetric simple exclusion process in a random environment”.
“Lacoin tem uma boa intuição de matemática e física mecânica. Hoje, me vejo bem preparado para fazer pesquisa nessas áreas. O IMPA tem uma abertura acadêmica muito boa”, observa o futuro doutor. Em julho, a vida do matemático já vai ganhar novos ares. É quando ele começa o pós-doutorado na Universidade Bar-Ilan, em Tel Aviv, Israel. “Para mim, a matemática é uma maneira de descrever o mundo para entender o que ele é, como funciona. Mas ela também pode ser um jogo bem interessante”, considera.
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