Navegar

29/05/2020

Matemático Fernando Torres morre aos 58 anos

O matemático Fernando Eduardo Torres Orihuela, professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), morreu na madrugada da última quinta-feira (28), devido a complicações por infecção hospitalar. Aos 58 anos, o pesquisador estava internado desde 9 de maio no Centro Médico de Campinas. 

Fernando Torres nasceu na cidade de Tarma, no Peru. Na capital Lima, formou-se e obteve o mestrado em matemática pela Pontifícia Universidade Católica (PUC). Em 1993, concluiu o doutorado pelo IMPA sob orientação de Arnaldo Garcia. Cinco anos mais tarde, Fernando ingressou como docente no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade Estadual de Campinas (IMECC/Unicamp), tornando-se professor titular em setembro de 2015. 

Leia também: Sandoel Vieira defende tese de doutorado na sexta-feira (29)
Irmãos Bohr: do futebol à estrutura do átomo
Visgraf lança projeto sobre visualização de dados da Covid

“Fernando e eu fomos colegas por algum tempo no doutorado, que ele terminou um pouco depois de mim. Foi um excelente matemático, e uma pessoa muito querida de todos que o conheciam”, destacou o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana. 

O matemático dedicou-se a diferentes ramos da geometria algébrica: semigrupos de Weierstrass, curvas maximais, variedades de prym, pontos racionais, geometrias finitas e códigos corretores de erros e criptografia, em mais de 50 artigos e livros publicados, que inspiraram mais de outros seiscentos autores. Fernando formou 11 alunos de doutorado e mantinha outras quatro orientações em curso, sendo referência para distintas grupos de pesquisa que se formavam a seu redor. 

“Cabe destacar também seu empenho e dedicação à pesquisa, além da organização de seminários para discutir e apresentar os diferentes avanços nas nossas pesquisas foram bastante importantes na minha formação. Também gostaria de ressaltar a oportunidade de compartilhar de suas inúmeras experiências depois de cada seminário através do seu predileto ‘suco canônico’, em uma banca de sucos onde ele pedia um suco de laranja, caju e acerola. Uma combinação só dele”, destacou Alonso Sepúlveda, que foi orientado por Fernando no mestrado e doutorado, e hoje é Coordenador do Programa de Pós-graduação em Matemática da Universidade Federal de Uberlândia. 
 
Em uma nota, familiares, amigos, alunos e ex-alunos manifestaram pesar à morte do pesquisador, que deixa à comunidade científica um importante legado. “Expressamos nossa profunda gratidão por cada um dos instantes que pudemos conviver com esse que foi, e certamente continua sendo, um grande exemplo para todos nós.”
 

Leia também: IMPA ganha prêmio de inovações tecnológicas
Jacob Palis é homenageado em série ‘Cientistas do Brasil’