O Malabarismo e sua relação íntima com a Matemática
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A imagem retirada de um túmulo egípcio de quatro mil anos atrás mostra a primeira representação visual de uma das artes mais típicas do circo, o malabarismo. Mas qual a relação do malabarismo com a Matemática?
A primeira interseção entre ambos ocorreu no século 10, com o geômetra Abu Sahl Al-Kuhi. De acordo com dados históricos, antes de se dedicar ao ofício que lhe fez famosa, Abu ra conhecida por seus malabarismos com garrafas nos mercados da cidade de Bagdá.
A partir do século XX, quando o malabarismo deixou de ser praticado quase que exclusivamente por profissionais circenses e passou a ser também um hobby, a relação entre malabarismo e matemática passou a se desenvolver mais rapidamente. Foi aí que matemáticos de todo o mundo começaram a treinar e a estudar o malabarismo e suas inúmeras combinações. Os pesquisadores que se debruçaram sobre a atividade desenvolveram novos padrões e técnicas.
Um dos principais entusiastas dessa união foi o matemático Claude Shannon (1916-2001). Considerado um dos criadores da Teoria da Informação, ele também é o pai do “teorema dos malabares”, que correlaciona o tempo que os objetos ficam no ar com o tempo que elas ficam nas mãos do malabarista, provando a importância da velocidade das mãos no sucesso da empreitada.
O teorema tem a seguinte fórmula: (F+D)H=(V+D)N
Sendo F o tempo que o objeto fica no ar; D o tempo que o objeto fica na mão; H o número de mãos; V o tempo que a mão fica vazia e N o número de objetos jogados no ar.
De forma resumida, o malabarismo é uma sequência de lançamento de projéteis em certos padrões, com cada objeto seguindo um arco parabólico que pode seguir três modelos: A Cascata, na qual um número ímpar de objetos é lançado de uma mão para a outra; a Fonte, quando um número par de objetos é lançado em duas colunas; e o Chuveiro, situação em que todos os objetos são lançados em um círculo.
Atualmente os estudos sobre essa união continuam a ser publicados em periódicos matemáticos. O pesquisador Burkard Polster, da Universidade Monash, na Austrália, escreveu sobre o assunto em 2002 no livro “Mathematics and juggling”. “A sensação que tenho quando eu vejo uma bela equação é a mesma que eu tenho quando vejo um padrão bonito com malabares”, disse Polster à Revista Quanta.
Descubra mais em:
– Matemática e Malabarismo; Trabalho do professor português Antônio Machiavelo
– Laboratório dos Malabares; Aplicação para criar e animar padrões de malabarismo. O objetivo é ajudar as pessoas a entender novos padrões e desenvolver outros.
– The Mathematics of Juggling ; Artigo do professor australiano Burkard Polster
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