‘No doutorado, descobrimos o que ninguém sabe’, diz Trejos
Colombiano natural da cidade de Pereira, Jonathan Trejos sempre foi apaixonado pelas ciências exatas, mas foi na faculdade que começou a se interessar mais especificamente pela Matemática. A paixão virou amor e na próxima sexta-feira (23), ele defende a tese de doutorado ‘Mergulhos simpléticos de domínios tóricos com singularidades’, às 13h, na sala 232 no IMPA, com transmissão pelo YouTube.
Com pai professor de matemática e mãe economista, Jonathan estudava engenharia na Universidade Tecnológica de Pereira, e foi então que decidiu se mudar para Cali, onde começou a cursar matemática pura. Ele afirma que a influência do pai foi chave para seguir por esse caminho, além de contar com grande apoio para seguir sua carreira.
“A influência de meu pai e minha mãe em me mostrar o valor de um trabalho bem feito foi essencial para que eu chegasse até aqui. Ver eles trabalhando duro foi algo que herdei para fazer uma boa matemática”, contou.
No meio de sua graduação em Cali, ele conheceu o IMPA junto com um amigo da faculdade que era entusiasta do Instituto. Ele chegou ao Rio de Janeiro para o Curso de Verão em 2017, na sua primeira viagem para o Brasil e já com planos de ficar.
No mesmo ano, ele começou o mestrado no instituto, finalizando em 2019. E já deu sequência no doutorado na área de geometria simplética. “Eu acabei me interessando com uma subárea que fala de mergulhos simpléticos, que é quando uma certa variedade simplética pode ser mergulhada em outra variedade simplética e quais os impedimentos para que aquilo aconteça”, disse.
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Orientado pelo pesquisador do IMPA Vinicius Ramos, Jonathan explicou que sua tese estabelece um isomorfismo entre o complexo de contato mergulhado e um apropriado complexo de cadeias combinatorial. O isomorfismo permite expressar o espectro ECH como uma certa sequência de números obtida do complexo de cadeias combinatorial. No trabalho também é definido uma família de variedades simpléticas análogas aos bem conhecidos domínios tóricos.
Para Jonathan, descobrir algo novo, discernir o que é interessante e responder a pergunta da tese, é algo apaixonante no doutorado. “É como se no mestrado as coisas fossem mais prontas, enquanto no doutorado, nós estamos descobrindo algo que ninguém sabe ainda”, comparou
Para ele, é como conseguir expressar um desenho próprio criado do zero, enquanto no mestrado era como se estivesse desenhando novamente algo que alguém já fez.
“No doutorado, se você está afirmando que é algo é verdade, não há uma informação em algum livro para que você comprove isso. Você deve, com sua pesquisa, comprar a veracidade da sua afirmação, e isso deixa o doutorado muito mais interessante”.
Jonathan ainda não decidiu quais serão seus próximos passos depois do doutorado. Mas já sabe que pretende continuar no Brasil e quem sabe se tornar professor.
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