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11/09/2024

#AlémDasEquações: uma ‘Menina Olímpica’ no IMPA Tech

Maria Eduarda Martins no Porto Maravalley, sede do IMPA Tech

No #AlémDasEquações, vamos contar a trajetória de Maria Eduarda Martins, de 18 anos. Natural de Teresina (PI), a estudante sempre teve afinidade por matemática, mas foi através da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) que pôde aprimorar o raciocínio lógico. A dedicação rendeu três medalhas: um ouro e dois bronzes. Agora, no IMPA Tech, a aluna deseja seguir estudando e sonha em chegar ao doutorado.

Durante a Educação Básica, Maria foi bolsista no Instituto Dom Barreto, onde estudou até concluir o Ensino Médio. Em 2018, a estudante conquistou o sua medalha de ouro na olimpíada. “A escola nos incentivava. Tínhamos aulas preparatórias e fazíamos provas antigas. A primeira vez que fiz a OBMEP, no 6º ano, já consegui medalha de bronze. No 7º ano, saí da prova com a certeza de que tinha ido muito bem”, afirmou.

O bom desempenho gerou frutos. Em Salvador (BA), durante a Cerimônia Nacional da OBMEP, além da medalha de ouro, a estudante recebeu o prêmio Meninas Olímpicas, um troféu para as jovens que tiveram melhor desempenho em cada nível da prova. A iniciativa do IMPA visa incentivar uma maior participação feminina na Olimpíada.

Meninas Olímpicas na Premiação da OBMEP 2018

Apesar das conquistas, a escolha da graduação ainda era incerta. Motivada pelo desafio, Maria Eduarda fez os vestibulares para o IME (Instituto Militar de Engenharia) e o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e pensava em seguir a carreira de engenheira. “Não me via cursando matemática, mas ao mesmo tempo não tinha certeza de qual graduação seguir. Pensei em fazer engenharia, porque é o caminho tradicional para quem gosta de exatas”, disse.

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No último ano do Ensino Médio, decidiu que queria cursar matemática. O objetivo era ser pesquisadora, mesmo sem saber ao certo quais são as possibilidades dentro da área. Através do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), Maria ingressou na UFPI (Universidade Federal do Piauí) para o bacharelado em Matemática, no início de 2024.

Porém, com o processo seletivo do IMPA Tech aberto, ainda existia um sonho de vir para o Rio de Janeiro. “Vi a notícia que o IMPA ia inaugurar seu primeiro curso de graduação em Matemática e que o plano era ser tipo o MIT brasileiro. Fiquei super empolgada. Imagina estudar no MIT brasileiro?”, destacou a aluna, comparando o bacharelado com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA.

Com as medalhas conquistadas nas olimpíadas de conhecimento, Maria Eduarda se inscreveu e conseguiu a tão sonhada aprovação no IMPA Tech. Mas, além do novo curso, teria um novo lar: o Rio de Janeiro, até então desconhecido. “Quando eu cheguei aqui, fiquei deslumbrada. Pousei no [aeroporto] Santos Dumont e vi a roda gigante. Me senti em Londres. No caminho do hotel, vi tantas igrejas bonitas. Lembro como se fosse hoje”, afirmou.

O auxílio financeiro foi crucial na mudança de estado. “Sem o auxílio, não estaria aqui. Comecei a ter meu próprio dinheiro e passei a gerir minhas finanças. É uma nova responsabilidade nessa fase”, destacou.

As aulas também encantam a piauiense, que está curtindo a experiência na cidade maravilhosa. “O segundo período já está sendo mais leve, porque estou mais adaptada e já tenho meu ritmo de estudos. Além disso, moro junto com meus colegas, o que é bom para estudar e para me divertir. A dinâmica com a minha colega de quarto é muito boa, a gente se entende”, concluiu.

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