Telescópios são os nossos olhos para o Universo
Reprodução do blog do IMPA Ciência & Matemática, publicado em O Globo, e coordenado por Claudio Landim
Thiago Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Observatório do Valongo
Você, leitor, já teve a experiência de observar um objeto no céu através de um telescópio? É uma experiência transformadora, que nos faz enxergar o Universo de uma maneira diferente. Eu nem consigo imaginar o que Galileu Galilei sentiu quando viu, pela primeira vez, as crateras da Lua ou os satélites de Júpiter. A primeira pessoa na história da humanidade a observar essas características de nosso Sistema Solar.
Leia também: Olimpíadas de Matemática de Nova Iguaçu será agosto
Ciclo IMPA-Serrapilheira mostra que a Matemática pode ser pop
As pesquisas de intenção de voto: matemática e realidade
Esse senso de assombro e fascínio continua até os dias atuais. A Astronomia é uma mina de ouro para novas descobertas, graças aos avanços tecnológicos constantes que nos permitem ver mais e mais longe. Nesse sentido, a Astronomia difere fundamentalmente de outras ciências no aspecto experimental. Outros cientistas como biólogos e físicos podem realizar suas pesquisas em um laboratório, em condições controladas; podem mexer e alterar seus experimentos como lhes parecer conveniente. Nossos objetos de estudo, por outro lado, estão além de nosso alcance, e tudo que podemos fazer é observá-los. Daí a importância de construir telescópios cada vez mais potentes. Se Galileu pôde observar o Sistema Solar com sua luneta, hoje temos telescópios com espelhos gigantescos, de até 10 metros de diâmetro, que usamos para estudar galáxias a dezenas de bilhões de anos-luz de distância.
Por que seria necessário um instrumento tão grande? Pense como os animais noturnos possuem olhos tão grandes — para poder enxergar outros animais e objetos pouco iluminados na escuridão. A ideia de grandes telescópios é a mesma: ver objetos fracos e distantes. Para se ter uma ideia, imagine uma vela, que quanto mais distante menos brilhante parece. Com nossos telescópios modernos, podemos ver o equivalente a uma vela acesa na superfície da Lua!
Infelizmente, há muitas dificuldades técnicas que devemos enfrentar. Uma das principais é nossa atmosfera. Imaginem que estão no fundo de uma piscina olhando para alguém que está fora d’água. Nossa atmosfera tem um efeito semelhante: as imagens são um pouco borradas, o que atrapalha bastante o estudo científico dos astros.
A solução mais óbvia para o problema é colocar telescópios no espaço. O pioneiro foi o Hubble, que gerou imagens famosas e com uma resolução fantástica, possibilitando um salto em nosso entendimento sobre diversos tipos de objetos, desde a formação de planetas ao redor de outras estrelas até a evolução das primeiras galáxias do universo.
Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal
Leia também: ‘A internet não substitui o papel do professor’, diz Viana
Pesquisadora usa Matemática no combate ao câncer
ICM 2018 abre inscrições para visitas de escolas