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09/04/2020

Na série 'Origens', conceitos para definir a matemática

Foto: Reprodução NT Play

Qual é a primeira coisa que vem à sua mente quando falamos em matemática? Há quem tenha arrepios só de ouvir a palavra: o conceito parece algo completamente abstrato, distante da realidade e até mesmo incompreensível. Mas há também quem veja beleza, perfeição e exatidão para enxergar, através da fascinante ciência, a realidade que nos circunda. 

Para falar sobre o tema, a nova temporada da série Origens, da TV Novo Tempo, traz dezenas de definições sobre o que é matemática e fala sobre a ciência que, para muitos, ainda pode ser considerada um verdadeiro “monstro”. Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA, e o vencedor da medalha Fields 2014, Artur Avila (IMPA/Universität Zürich), estão entre os matemáticos que relatam suas experiências pessoais e profissionais para tentar desmistificar o assunto. 

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Ainda que não exista consenso entre especialistas, Viana define a matemática como “a única coisa que acontece à nossa volta que nós conseguimos descrever usando números ou outros conceitos. É o conjunto de conhecimento para manipular essas ferramentas”. 

O diretor-geral do IMPA reforça ainda que, dentro da área, lidam com muitas outras noções, como “forma, distância e outra tantas que não podem ser reduzidas a números”. O cubo mágico é um bom exemplo para ilustrar isso. “É matemática pura! E o que está por trás do objeto não é um número: é um grupo, o que é outro conceito, que dá origem à álgebra, à topologia e à geometria. São várias noções que nós desenvolvemos para entender o que está acontecendo à nossa volta.” 

Foto: Reprodução NT Play

Em uma linha do tempo imaginária, podemos considerar que o primeiro contato com a matemática acontece ainda bem cedo, durante a infância, com noções geralmente passadas pela família e continuadas nos primeiros anos escolares. “As crianças pequenas são muito curiosas e ficam mais à vontade com a matemática delas. Entre os 2, 3 ou 4 anos, percebemos de maneira muito rápida que a matemática é muito útil para contar os brinquedos, saber se a fatia de pizza é maior do que a do irmão… Então, noções como volume e forma são muito úteis quando a criança é pequena”, observa. 

O matemático faz o alerta que, à medida que crianças vão avançando na idade escolar, a matemática tende a ficar mais abstrata. O que se torna um desafio para professores que tentam conectar os números, os conceitos e as definições à realidade. “Não é impossível, mas é um desafio ainda maior”, pontua. 

E quando as etapas educacionais são ultrapassadas com sucesso, é possível ganhar gosto por cada nova conquista. “O prazer que você sente é diferente em cada momento”, aponta Artur Avila. “No início, não tinha o conhecimento matemático que tenho agora e, portanto, não podia apreciar as coisas da mesma maneira que posso fazer agora.”

Experiente em competições, Avila constata que problemas sem soluções indicadas por professores, podem trazer satisfação e dar fôlego ao processo de aprendizagem, ao se tornarem desafios. “Existe o prazer de você resolver problemas e fazer descobertas por si só, como acontece durante as olimpíadas matemáticas”, ressalta o pesquisador. 

Clique aqui para assistir aos episódios “O que é matemática?” e “O monstro da matemática.

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