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09/03/2023

Na infância, Claudia Lorena Espitia sonhava em ser cientista

Nascida em Bogotá, na Colômbia, Claudia Lorena Duarte Espitia, doutoranda do IMPA, tinha o sonho de ser cientista e ter um laboratório. Hoje, aos 29 anos, a estudante conta que já conseguiu se aproximar bastante dos planos de criança. Claudia combina aspectos de análise e probabilidade para estudar fenômenos que aparecem na biologia, física e engenharia para estudar uma de suas maiores paixões, a matemática.

Nesta sexta-feira (10), a estudante concluiu o doutorado no IMPA com a defesa da tese “Medidas invariantes para equações diferenciais parciais não lineares estocásticas no espaço de funções quase periódicas”, com orientação de Hermano Frid, ex-pesquisador do IMPA. A defesa está marcada para às 14h, na sala 232 e terá transmissão ao vivo pelo YouTube do IMPA.

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O trabalho é sobre equações que servem como modelos matemáticos para fenômenos que aparecem nas demais áreas da ciência.

“Particularmente, pesquisei dois tipos de equações: leis de conservação estocásticas e equações parabólicas-hiperbólicas estocásticas. O primeiro tipo é mais comum e surge quando, em um sistema físico isolado, alguma magnitude mensurável é conservada ao longo do tempo. A mais comum é a lei da conservação de energia. Sua versão mais geral, sendo o segundo tipo de equação, também modela, por exemplo, processos de sedimentação de suspensão em recipientes fechados. Ou seja, o processo físico onde se separam as partículas sólidas de um material em suspensão de um fluido, devido às diferentes forças que atuam no sistema”, explicou.

Claudia estudou em uma escola pública de Bogotá, onde se apaixonou pelo pensamento lógico necessário para a resolução dos problemas matemáticos. “Quando terminava a aula, eu gostava de ficar um pouco em frente ao quadro, para continuar pensando nos problemas. Começava a mudar as hipóteses e ver como chegaria ao mesmo resultado. Foi assim que desenvolvi uma grande afinidade com a área”, lembrou.

A matemática afirma que o apoio e esforço da mãe foi essencial para a sua formação acadêmica. Cursou a graduação na disciplina pela Universidade Distrital Francisco José de Caldas, também localizada na capital, onde ouviu falar sobre o IMPA pela primeira vez. Entretanto, antes de chegar ao instituto, completou o mestrado em ciências matemáticas na Universidade Nacional da Colômbia. Começou o doutorado no IMPA em 2019.

“Na graduação, conheci o instituto por ser de alta qualidade e referência mundial em matemática. Estou muito grata por me formar no IMPA. Desde que cheguei ao Brasil, me apaixonei pela cultura, música e paisagens daqui. Além de estudar matemática, gosto de fazer trilhas, ouvir samba e da literatura nacional”, completou.

No futuro, Claudia planeja continuar a pesquisa sobre equações estocásticas e acredita que o estudo pode ser uma forma de contornar as incertezas que surgem sobre fenômenos complexos de outras áreas científicas.

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