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16/06/2021

Na Folha, Viana fala sobre a história da previsão do tempo

Foto: Pixabay

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S.Paulo

Apesar de dispensado do serviço militar, por objeção de consciência, Lewis Fry Richardson (1881″”1953) se alistou como voluntário para dirigir uma ambulância nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial. Durante três anos, dedicou as horas mortas na trincheira a pensar em como melhorar as previsões do tempo. Seu livro “Previsão do Tempo por Processo Numérico”, publicado em 1922, iniciou a meteorologia científica.

Richardson percebeu que o tempo é um fenômeno global: não é possível entendê-lo numa região sem analisar também as regiões vizinhas, e as vizinhas dessas etc. Propôs, então, dividir a superfície da Terra em milhares de “quadrados” e criou métodos numéricos para calcular a evolução do tempo em cada quadrado, e compatibilizar os resultados globalmente.

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Também concebeu o espaço físico onde os cálculos seriam realizados: “Após tantos raciocínios pesados, podemos brincar com uma fantasia? Imagine um grande teatro cujo chão e cujas paredes estão pintados com um mapa, na forma de um globo. Milhares de computadores calculam o tempo da região do mapa em que estão sentados, mas cada computador só trata de uma equação. Em tempo real, pequenos letreiros indicam os resultados obtidos, para que os computadores vizinhos possam ler”. Na época, “computadores” eram pessoas, sobretudo mulheres, que eram consideradas mais focadas e confiáveis do que os homens para fazer cálculos complexos.

O sonho de Richardson era inviável para a época, claro, e suas previsões inicialmente eram ruins. Mas a arquitetura que concebeu mostrou-se bem adaptada à computação eletrônica: o teatro foi substituído pelo interior de supercomputadores, nos quais milhares de processadores resolvem diferentes partes das equações, comunicando-se em tempo real com os demais. Juntamente aos avanços que houve na matemática, isso permitiu transformar em ciência o que antes era pouco mais do que adivinhação.

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