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14/12/2022

Na Folha, Viana fala sobre a história da medalha Fields

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo

Ao final da 1ª Guerra Mundial, a Europa estava amargamente dividida, e o mundo da matemática não conseguiu ficar alheio. Por decisão da União Matemática Internacional, os matemáticos das nações vencidas —particularmente da Alemanha— foram barrados do Congresso Internacional de Matemáticos de 1920, em Estrasburgo. Essa situação perdurou até o Congresso de 1932, em Zurique, já às vésperas de novo conflito mundial.

O Congresso de 1924 teria sido em Nova York, mas por volta de 1922 já estava claro que, devido à política de exclusão, não seria possível obter financiamento nos Estados Unidos, país cujo desenvolvimento científico estava muito ligado à Alemanha.

Em situação crítica, mas incapaz de alterar a sua postura, a União Matemática Internacional respirou de alívio quando o canadense John Charles Fields (1863-1932) ofereceu organizar o Congresso em Toronto. Fields trabalhou arduamente, viajando sem cessar entre a América do Norte e a Europa, para realizar um evento que acabou sendo um sucesso. Diplomático, evitou confrontar a política de exclusão, ao mesmo tempo em que apontava que ela teria que acabar.

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O Congresso de Toronto durou seis dias e contou com 444 participantes de 28 países. Nenhum brasileiro. Ao final, os delegados participaram na espetacular Excursão Continental, 18 dias (!) em trem até a costa oeste do Canadá “para conhecer a paisagem e os recursos naturais do país”.

Feitas as contas, o Congresso de Toronto apresentou um saldo de 2.700 dólares. Por proposta de Fields, foi decidido que a maior parte fosse usada “para duas medalhas a serem concedidas nos Congressos Internacionais de Matemáticos subsequentes”.

Fields empenhou-se na formulação da premiação. É por influência dele que a medalha tem um objetivo pouco usual, bem diferente dos prêmios Nobel, por exemplo: ela é dada “em reconhecimento de trabalho realizado, mas também como estímulo a novas realizações”. Outro ponto em que insistiu —dessa vez sem sucesso— é que o prêmio não deveria levar o nome de ninguém.

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