Navegar

02/03/2022

Na Folha, Viana fala sobre a cidade de Lviv, na Ucrânia

Crédito: Pixabay

Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S.Paulo

No momento em que escrevo esta coluna, a cidade ucraniana de Lviv está sob ataque do exército russo, mas ainda serve de ligação entre o seu país e o resto da Europa. A metrópole de 700 mil habitantes, que já foi polonesa (Lwów) e austro-húngara (Lemberg), não costuma frequentar as manchetes internacionais, mas tem uma história rica de mais de 750 anos.

Lviv também tem um lugar especial nos anais da ciência, por ter albergado, nos anos 1930, uma das escolas de matemática mais brilhantes que a Europa já viu, com astros como H. Steinhaus, S. Banach, K. Kuratowski, J. Schauder, S. Mazur, K. Borsuk, S. Ulam e M. Kac, entre outros. É um conto de dois cafés.

Leia mais: IMPA vai conduzir projeto de educação no Porto Maravalley
Workshop que une matemática e indústria tem inscrições abertas
IMPA terá Programa Temático em álgebras de vértices e quirais

O conto começa no Café Roma, próximo da universidade. Era lá que o grupo se juntava após as reuniões semanais da Sociedade Polonesa de Matemática, para horas de discussão sobre teoria dos conjuntos, topologia geral, análise funcional e outros temas, acompanhada de uma xícara de chá ou café. Assim se forjou um ambiente colaborativo que parece natural hoje, mas era incomum na pesquisa matemática da época.

Embora o consumo no Café fosse frugal, nem sempre era fácil pagar a conta, sobretudo lá para o final do mês… Um dia, chateado com a dificuldade para obter crédito no Roma, Banach decidiu mudar a reunião para o Café Escocês, a 20 metros de distância, onde o grupo continuou colaborando na resolução de problemas matemáticos.

Ulam conta que as mesas tinham tampos de mármore, onde era possível escrever diretamente com lápis. Mas a esposa de Banach não apreciava essa bagunça, pelo que em 1935 providenciou um caderno grande para que anotassem os problemas e as soluções, de modo a que não fossem esquecidos. O Livro Escocês, como ficou conhecido, é um documento matemático quase lendário.

Para ler o texto na íntegra acesse o site do jornal

Leia também: Para que serve o Teorema de Pitágoras?
História de Medeiros com a OBMEP: da escola ao magistério