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19/02/2019

Luize D’Urso, sete ouros na OBMEP, é entrevistada no Futura

 

Se você estuda para as provas das olimpíadas brasileiras de Matemática, o Enem fica mais fácil. A avaliação da carioca Luize D’urso, 22 anos, bacharel em Matemática e sete ouros na OBMEP, medalhista da OBM e de competições internacionais, foi corroborada pelo coordenador do vestibular da Unicamp, José Alves de Freitas, no programa Conexão, do Canal Futura.

Luize e Freitas, com Luiz Eduardo Leão, gerente de Tecnologias Educacionais do Senai, foram entrevistados na edição deste mês do programa. O tema em debate foi o acesso à universidade por meio de olimpíadas do conhecimento, iniciativa adotada pela primeira vez este ano pela Unicamp. Dos 76 aprovados na primeira chamada da instituição, os premiados da OBMEP garantiram o maior número de vagas: 20. Se considerarmos também a OBM, o total sobe para 23

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Sobre a nova modalidade de ingresso, Luize observou que o estudo para as olimpíadas de Matemática exige muita dedicação, dura longo período de tempo – do Ensino Fundamental ao Médio e, às vezes, até além, no caso dos que desejam participar das olimpíadas universitárias – e impacta nas disciplinas como um todo. Seria, portanto, uma boa forma de avaliar o conhecimento dos futuros graduandos.

“Depois que eu comecei a participar das olimpíadas de Matemática minhas notas nas outras matérias também aumentaram, apesar de o meu nível de dedicação a elas ter diminuído. Porque você aprende a ver as coisas de uma nova forma, com mais raciocínio. Você consegue absorver melhor o conhecimento, você aprende a receber conteúdo e a mostrar que sabe esse conteúdo”, disse Luize.

Freitas observou que os estudantes, medalhistas em competições científicas já entram com um “perfil diferenciado” e possuem bom nível de conhecimento não apenas nas disciplinas específicas das olimpíadas nas quais foram premiados. “Eles também têm excelente desempenho nas outras áreas”, declarou, acrescentando que os currículos foram avaliados no processo seletivo. 

Segundo ele, a nova forma de ingresso foi considerada pela instituição uma experiência “muito feliz”. Tanto que, em horizonte não muito distante, as vagas ofertadas poderão chegar a 170, ou seja, 10% das existentes para as áreas de exatas, tema predominante nas olimpíadas do conhecimento realizadas no país.

Durante a entrevista, a diversidade de gênero na Matemática também foi abordada. Para Luize, criadora do projeto Matemática para Garotas, as razões da baixa representatividade feminina ainda estão em estudo, mas a questão da falta de incentivo na família e na escola contribui para o quadro atual.

Segundo Freitas, só 12 dos 76 aprovados na primeira chamada da Unicamp são meninas, que tiveram notas e medalhas melhores do que as dos homens. “Têm menor participação, mas, onde estão envolvidas, o desempenho é superior, pelo menos na amostra que tivemos aqui.” 

Para quem quiser saber mais sobre o projeto da Luize, que dá aulas gratuitas de Matemática, aos sábados, para meninas interessadas em olimpíadas -, basta acessar a página do projeto no Facebook.

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