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27/01/2020

Folha destaca chegada de nova pesquisadora ao IMPA

Marlene Bergamo/Folhapress

A chegada de mais uma mulher, a italiana Luciana Luna Lomonaco, ao quadro de pesquisadores do IMPA foi tema de matéria da Folha de S. Paulo publicada na sexta-feira (17). A reportagem de Gabriel Alves aborda os desafios enfrentados pelas mulheres para seguir carreira nas ciências exatas. O texto destaca as trajetórias de Luna e da também pesquisadora do IMPA Carolina Araujo, além de mencionar iniciativas do instituto para aumentar a diversidade de gênero na matemática.

Nascida em Bresso, nos arredores de Milão, Luna cresceu no vilarejo de Peschiera del Garda e estudou na Universidade de Pádua. A italiana relatou experiências difíceis ao longo da trajetória profissional. “Alguns professores não tinham paciência e eram arrogantes, além de passar o conteúdo de uma forma axiomática, pesada. Eu entrei na matemática por razões filosóficas, claro que eu ia perguntar bastante.”

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Depois de morar em seis países, Luna chegou ao Brasil em 2014, para um pós-doutorado na USP, onde se tornou docente em 2016. “Não sei por que, mas me sinto muito livre no Brasil. Aqui há mais oxigênio, as pessoas se comunicam de uma forma mais honesta, matematicamente falando”, disse. 

No IMPA desde 2006, a niteroiense Carolina Araujo, que é uma voz ativa nas discussões sobre gênero na matemática e nas ciências em geral, pontuou que o problema do machismo nas ciências é estrutural. “Só recentemente as mulheres começaram a ter carreiras independentes e a entrar em ambientes historicamente dominados por homens.”

Ainda segundo a matemática, a maternidade é um fator que agrava o cenário. “Muitos dos cuidados com casa e família ainda recaem sobre a mulher. Não existe uma intenção em excluí-la das atividades profissionais, isso é feito sem que as pessoas se deem conta”, disse.

A reportagem também ouviu o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, que afirmou que a questão de gênero na matemática é mais aguda do que em outras áreas, mas que o Brasil não está nem atrás nem na frente de outros países nessa discussão. Viana ressaltou iniciativas promovidas pelo instituto como o Torneio Meninas na Matemática (TM²), o financiamento e treinamento de meninas para olimpíadas internacionais e a organização do Encontro Brasileiro de Mulheres Matemáticas.

Para conferir a matéria na íntegra acesse o site do jornal  

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