Folha: A influência de Cândido Lima Dias na fundação do IMPA
Reprodução da coluna de Marcelo Viana na Folha de S. Paulo
A tese de doutoramento do matemático Cândido Lima da Silva Dias foi a primeira em ciências defendida (ou seja, concluída) na então recém-criada Universidade de São Paulo (USP), segundo trabalho acadêmico a que tive acesso. Foi em 1942, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, e trata da teoria dos funcionais analíticos, introduzida na USP pelo italiano Luigi Fantappiè e aprimorada por Silva Dias.
O tema estava muito ativo na época, contando também com trabalhos de José Sebastião e Silva, outro pupilo de Fantappiè, que teve um papel importante no cenário da educação e da ciência em Portugal.
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Silva Dias nasceu em Mococa (SP), próximo à divisa com Minas Gerais, em 1913. Sua trajetória acadêmica confunde-se com os primórdios da pesquisa matemática no Brasil, à qual deu importantes contribuições. Foi professor da USP até 1978, quando se aposentou. No ano seguinte, tornou-se professor na Universidade Federal de São Carlos, onde ficou até 1990.
Inspirado por modelos que conhecia no exterior, como o Instituto Steklov, fundado em São Petersburgo (Rússia) em 1919, e o Institute for Advanced Study (IAS), criado em Princeton (Estados Unidos) em 1930, Silva Dias defendeu a criação de uma instituição de âmbito nacional voltada para “o ensino e a investigação científica no campo da Matemática pura e aplicada, assim como a difusão e elevação da cultura matemática no país”. Essa segue sendo a missão do Impa nos nossos dias.
Praticamente um ano depois, em 15 de outubro de 1952, a fundação do Impa foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do CNPq, liderado pelo almirante Álvaro Alberto, fundador e primeiro presidente da instituição. Com o matemático e astrônomo Lélio Gama como diretor, e apenas dois pesquisadores, Leopoldo Nachbin e Mauricio Peixoto, o novo instituto ficou inicialmente alojado em duas salas da sede do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no bairro carioca da Urca.
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