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23/02/2021

Curso do Serrapilheira relaciona ciências da vida e matemática

Procuram-se futuros cientistas que queiram atuar em diferentes áreas do conhecimento das ciências da vida, com foco no uso da matemática, física e ciência da computação. A iniciativa é do Instituto Serrapilheira que, pela primeira vez, lança um programa de formação voltado para pesquisadores em estágio de carreira pré-doutorado. As aulas serão gratuitas e acontecerão em parceria com o Instituto Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR). As inscrições para a primeira edição do Programa de Formação em Biologia e Ecologia Quantitativas ficarão abertas de 9 de março a 3 de maio, na página do ICTP-SAIFR

O objetivo é aproveitar o potencial do Brasil para desenvolver, a longo prazo, uma geração de especialistas qualificados para lidar com desafios acadêmicos interdisciplinares. Para participar, é preciso ter graduação completa em qualquer área ou previsão de conclusão de curso até 31 de dezembro de 2021. Os candidatos devem ter conhecimento prévio de cálculo diferencial e integral, além do domínio da língua inglesa. Os primeiros 500 inscritos terão preferência no processo seletivo e cinquenta participantes serão selecionados. O edital completo está disponível no site do Serrapilheira.

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“A pesquisa moderna em ciências da vida gera uma quantidade enorme de dados complexos”, explica o diretor-presidente do instituto, Hugo Aguilaniu. “Queremos quebrar essas fronteiras artificiais limitantes, de modo que um jovem biólogo saiba que ele pode usar uma equação como um matemático ou pensar como um físico para entender sistemas biológicos complexos como um ecossistema tropical.”

Os participantes irão passar por tópicos que vão desde a genética moderna à ecologia comportamental. O treinamento vai acontecer de 5 a 30 de julho de 2021, adaptado à versão remota por conta da pandemia, e vai contar com um time de professores que são referências globais. A lista traz nomes como a matemática Corina Tarnita, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. A pesquisadora desenvolve modelagens matemáticas para compreender como unidades biológicas simples interagem entre si para formar estruturas de maior escala. 

Jordi Bascompte, da Universidade de Zurich, na Suíça, vai mostrar como modelos matemáticos, simulações e análises de conjuntos de dados podem ser usados para abordar questões fundamentais e aplicadas em ecologia. Atualmente, seu principal interesse de pesquisa está concentrado na estrutura dinâmica das redes ecológicas. A lista completa de professores e tópicos que serão abordados está disponível aqui

As próximas edições do programa de formação serão presenciais, em São Paulo, com duração de seis meses e vão incluir uma etapa de desenvolvimento de uma proposta de pesquisa. É desejável que os alunos dêem continuidade à formação em uma instituição de excelência no Brasil ou no exterior após a conclusão do curso. 

Para anunciar o Programa de Formação em Biologia e Ecologia Quantitativas serão realizados dois webinares com membros do comitê consultivo. No dia 2 de março, às 11h, com o ecólogo e professor da Universidade de Princeton Simon Levin, que vai abordar a importância da ciência básica. Akiko Iwasaki, uma das imunologistas mais influentes do mundo, vai falar no dia 4 de março, também às 11h, sobre o papel da ciência básica no enfrentamento de desafios concretos, como a Covid-19.

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