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14/05/2019

Criminologia matemática é tema de Ciclo de Palestras no IMPA

Você sabia que a matemática pode contribuir para reduzir as taxas de criminalidade? No Rio de Janeiro, por exemplo, a análise de dados associada ao aumento de policiamento e de motivação da tropa diminuiu em 30% os roubos de veículos em um conjunto de bairros da Zona Norte, em 2018.

O levantamento, de autoria de Joana Monteiro, diretora do Instituto de Segurança Pública (ISP) de 2015 a 2018 e coordenadora do Centro de Pesquisa do Ministério Público, será apresentado no Ciclo de Palestras sobre Modelos Matemáticos e Estatísticos em Criminologia, nesta quarta-feira (15), na sede do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).

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Organizado pelo Laboratório de Análise e Modelagem Computacional em Ciências Aplicadas (Lamca) do IMPA, o evento reúne renomados pesquisadores na área, entre eles, um dos pioneiros, Jorge Mateu, da Universidade de Jaume I, na Espanha. 

“O uso da Matemática na criminologia vem crescendo nos últimos anos, à medida em que há mais dados disponíveis e também capacidade para processá-los. Isso pode ter um grande impacto”, observa Jorge Zubelli, coordenador do Lamca.

A programação será aberta às 9h30, com Mateu, que traçará um panorama sobre os métodos matemáticos e estatísticos para prever riscos de crimes, já considerados em políticas de policiamento. 

Em seguida, Eduardo Massad, da Escola de Matemática Aplicada (EMAp) da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostrará como modelos de doenças infecciosas imitam o papel de criminosos condenados na contaminação de indivíduos ainda não engajados no crime. No estudo, ele relata como parâmetros indutores do crime são tratados matematicamente e podem ajudar os formuladores de políticas públicas. 

No Rio, a criminologia matemática já é adotada, segundo dados do estudo da economista Joana Monteiro, também professora da Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas (Ebape) da FGV. Na palestra, a economista detalha como a análise dos dados sobre criminalidade pode ajudar a reduzir os crimes no Rio.

À tarde, Wenceslao González-Manteiga, da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), apresentará pesquisa sobre padrões espaço-temporais dos dados sobre tiroteios na Região Metropolitana do Rio coletados pelo aplicativo Fogo Cruzado, ao longo de 2017. O estudo foi realizado com Zubelli e Isabel Fuentes-Santos (Marine Research Institute/Espanha).

Jorge Luis Poco Medina, da EMAp/FGV, fechará a programação com a apresentação sobre o CrimAnalyzer, ferramenta de visualização de dados que permite analisar o comportamento de crimes em regiões de São Paulo. 

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