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08/01/2018

Folha: 'Nem 4% de nossos jovens dominam a matemática'

No lançamento do Instituto Serrapilheira, no Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), em março de 2017, Branca e João Moreira Salles foram questionados sobre o que os levava a investir parte do patrimônio no financiamento da ciência e da disseminação da cultura científica.

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João contou a história de quando se surpreendeu com o tamanho de sua turma no curso de Cinema na PUC-Rio: 30 alunos. Pareceu-lhe excessivo, em um país que nem sequer tem indústria cinematográfica. Cruzou o campus para descobrir quantos estudavam matemática: eram apenas dois. “Um país que forma muito mais cineastas que matemáticos caminha para a catástrofe “”a qual será muito bem filmada, sem dúvida, mas continuará sendo uma catástrofe”, concluiu.

O problema da matemática no Brasil vai muito além da escassez de alunos, claro. Alguns anos atrás, dois professores da Unicamp questionaram a utilidade de abrir mais vagas de engenharia nas universidades. Marcelo Knobel, atual reitor da Unicamp, e seu colega Fernando Paixão tomaram como ponto de partida os resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, com jovens de 15 anos de mais de 70 países.

Os resultados do Pisa são classificados em seis níveis. Na matemática, o nível dois é considerado necessário para o exercício da cidadania, e o nível quatro é o mínimo requerido para carreiras nas áreas tecnológicas. Os resultados, infelizmente, são eloquentes: menos de 4% dos nossos jovens alcançam o nível quatro ou mais na prova. Na Austrália são 38%, no Canadá, 43%, na Coreia do Sul, 52%.

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