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14/06/2018

Estatísticas apontam Brasil e Alemanha favoritos à Copa

Getty Images

Adaptação de reportagem da Phys.Org

Os favoritos ao título da Copa do Mundo de 2018 são Brasil e Alemanha. As duas seleções estão quase no mesmo patamar de chances de vitória, de acordo com modelo estatístico baseado em probabilidades de casas de apostas.

O modelo foi desenvolvido na Áustria pelos professores Achim Zeileis, do Departamento de Estatística da Universidade de Innsbruck, Christoph Leitner e Kurt Hornik, da Universidade de Economia e Negócios de Viena. Juntos, já previram com sucesso os vencedores de vários torneios, entre eles a Espanha como campeã mundial na Copa do Mundo de 2010 e três dos quatro semifinalistas da Copa de 2014.

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Na Copa da Rússia, o Brasil lidera, com 16,6% de chances de ganhar o título. É seguido de perto pela Alemanha, com 15,8%. “A final mais provável, com uma probabilidade de 5,5%, também é um jogo entre essas duas seleções, dando ao Brasil a chance de compensar a dramática semifinal de 2014”, diz Zeileis. 

Se a final se confirmar, não será fácil para a seleção canarinho. A probabilidade de o Brasil vencer a Alemanha é de apenas 50,6%, indicam as estatísticas. 

Os pesquisadores utilizam as probabilidades de 26 provedores de apostas online, que, combinados com modelos estatísticos complexos, permitem uma simulação de todas as variantes e resultados possíveis do jogo, desde a fase de grupos até a final.

Além dos favoritos, há dois times com boas chances: a Espanha (12,5%) e a França (12,1%). Os pares mais prováveis ​​na semifinal são Brasil x França (9,4%) e Alemanha x Espanha (9,2%), com o Brasil e a Alemanha mais propensos a sair vencedores.

Rússia, o país anfitrião, é visto pelas casas de apostas como a 12ª melhor seleção: a probabilidade de a Rússia chegar às quartas de final é de 28,9%, mas é reduzida a 2,1% para vencer o torneio.

“Naturalmente, as casas de apostas querem ganhar dinheiro com suas ofertas e, assim, definir suas chances da forma mais realista possível, levando em conta não apenas os dados históricos, mas também o sorteio do torneio e eventos de curto prazo, como jogadores lesionados”, diz Zeileis.

Antes de usar os dados para a previsão, os pesquisadores ajustam as probabilidades das casas de apostas para as margens de lucro (os chamados “overrounds”).

 As apostas dão a cada time uma probabilidade básica de ganhar. A partir disso, os estatísticos podem determinar a probabilidade de uma determinada equipe jogar e ganhar contra outra. Combinada com as expectativas das casas de apostas, a comparação das probabilidades de ganhar podem ser incorporadas a um modelo de cálculo que pode ser usado para simular qualquer variante de jogo possível no computador.

“Nosso modelo tem a vantagem de estimar diretamente a probabilidade de vitória geral de cada time, ao mesmo tempo em que implica probabilidades de ‘sobrevivência’ ao longo do torneio. Mas estamos longe de uma previsão 100% certa”, acrescenta Zeileis.

A previsão mais provável para a EURO 2016, por exemplo, era que o país anfitrião, a França, venceria a Alemanha nas semifinais e depois venceria a final. “Se Gignac tivesse marcado o gol na prorrogação contra Portugal, em vez de acertar na trave, nossa previsão teria sido perfeita”, garante o especialista.

Mas as coisas foram diferentes, e Portugal ganhou na prorrogação. Isto mostra que pequenas coisas, muitas vezes, podem fazer a diferença decisiva no futebol. É por isso que previsões com altas probabilidades não podem ser feitas.

 “É na própria natureza das previsões que elas podem estar erradas. Caso contrário, torneios de futebol seriam muito chatos. Nós só entregamos probabilidades, e não certezas”, conclui o pesquisador.

 A previsão completa com gráficos interativos pode ser encontrada aqui.

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