Navegar

22/10/2018

'Winnie Cooper' cresceu e virou matemática

Winnie Cooper e Kevin Arnold, protagonistas de “Anos Incríveis”

Quem acompanhou “Anos incríveis”, série americana criada em 1988, acreditava que o olhar meigo de Winnie Cooper estaria sempre voltado para Kevin Arnold. No último episódio, porém, cada um seguiu um rumo, embora durante longos oito anos o casal de adolescentes tenha trocado cartas semanalmente. Na ficção, ela foi estudar História da Arte em Paris. Na vida real, a atriz Danica McKellar partiu para a Universidade da Califórnia, onde se formou em Matemática.

Durante a graduação, Danica, junto com uma colega de turma e um professor, provou um teorema conhecido como “Chayes-McKellar-Winn”, detalhado no estudo “Percolation and Gibbs States Multiplicity for Ferromagnetc Ashkin-Teller Models on Z²”. Depois, voltou a investir na carreira de atriz, mas a Matemática faz parte da vida dela até hoje.

Leia também sobre a história do IMPA: 

Ideia de instituto fora da universidade causou resistência
Quando foi criado, em 1952, IMPA nem sequer tinha sede
IMPA completa 66 anos de existência e de sucesso

Em entrevista concedida este ano, ela contou que seu momento favorito na série foi quando Winnie se saiu melhor que Kevin nos exames finais de Matemática. “A série se passava na década de 1960 e, naquela época, não era socialmente aceito para meninas serem melhores que os meninos em Matemática. Winnie foi à frente de seu tempo”, afirmou.

Além dos vídeos e livros (Goodnight, numbers; Do not open this math book; Math doens´t suck; Ten magic butterfliesque lançou sobre o assunto, Danica não perde a oportunidade de destacar a importância da Matemática. E costuma contar a própria experiência para exemplificar que a aversão à disciplina pode ser facilmente contornável. No caso dela, tudo mudou com a chegada de uma nova professora em sala de aula, que encorajava os alunos.

 

Danica McKellar alia carreira de atriz e interesse pela matemática

E é exatamente isso o que McKellar procura fazer, com foco especial nas meninas, que, por diversas razões, muitas vezes são desestimuladas para a área de Exatas. “O meu objetivo não é transformar toda menina em matemática, mas mostrar que a Matemática não é assustadora e nem tediosa. É uma linguagem. E você pode falar qualquer coisa na linguagem da Matemática”, disse numa entrevista, em 2015.

Leia também: Coluna da Folha: Números de Fibonacci estão por toda a parte
IMPA ajuda médicos a calcular risco de morte em cirurgia