Navegar

01/06/2021

RJTV e O Globo destacam construção do campus do IMPA

Em reportagem e editorial publicados nesta terça-feira (1º), o jornal O Globo destacou a construção do novo campus do IMPA, que será discutida em audiência pública na Câmara de Vereadores no início da noite de hoje. A expansão do instituto também foi tema de matéria exibida na segunda-feira (31) no RJTV 2ª edição. Ambas as reportagens detalharam o projeto, que contará com 67 gabinetes, laboratórios, auditório, biblioteca e 129 unidades de habitação para alunos e visitantes, e ressaltaram que o IMPA tem todas as licenças necessárias para a obra.

O diálogo com os moradores do entorno do novo campus, que é contíguo ao atual, no Jardim Botânico, foi um aspecto abordado pelo  RJTV. “A área de edificação foi reduzida em 25%, de modo a criar um corredor verde de isolamento em relação à vizinhança. A entrada para o prédio foi modificada, e o número de vagas de estacionamento foi reduzido a pedido pelos moradores. Houve toda uma série de modificações em atendimento à demanda dos moradores. Nós temos mantido esse diálogo de forma muito atenta, e vamos continuar”, disse Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA, ao noticiário.

Leia mais: Wagner Victer defende campus sustentável do IMPA em artigo
No Livro Histórias Inspiradoras da OBMEP: Alex Sandro Santos
Maria Eulália Vares conquista medalha Willem van Zwet

Ao Globo, Viana destacou que o projeto, premiado em uma competição internacional de sustentabilidade em arquitetura, prevê uma obra de galeria pluvial, acordada com a RioÁguas, para solucionar a complexa questão hídrica da região. “Na conversa com a RioÁguas, solicitaram a construção da galeria, e concordamos. Mas constatamos que a solução tinha alguns problemas, porque previa o deságue antes da comunidade que vive às margens do rio, o que poderia ser um risco para as casas. Trabalhamos em uma solução alternativa, em uma galeria mais longa, mas com a vantagem de o deságue ser depois das casas”, ele explicou.

Presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e membro do Conselho de Administração do IMPA, Luiz Davidovich reforçou ao Globo que o Rio de Janeiro pode ganhar projeção internacional com a expansão do instituto. “O novo prédio terá a capacidade de receber os vencedores da OBM (Olimpíada Brasileira de Matemática), permitindo a esses jovens um contato direto com a instituição, num contramovimento à fuga de cérebros. É fundamental para o IMPA atingir todo o seu potencial, que é imenso”, disse.

Em texto editorial, o Globo destacou que o IMPA é uma instituição reconhecida internacionalmente, “um orgulho do Rio”, e ainda que o novo campus será “um ganho para a cidade e o país”.

Leia as reportagens na íntegra:

Matéria RJTV:

A Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores se reúne na terça (1º) para discutir o projeto de construção do novo campus do Instituto de Matemática, no Horto, na Zona Sul do Rio, através de uma audiência pública sobre a obra.

Ela começou há quase dois meses, e deve ficar pronta no início de 2023, mas é alvo de queixas de parte dos moradores do bairro. Eles criticam a intervenção no terreno, e temem que a vizinhança não tenha condições de suportar um grande aumento no número de pessoas no local.

“O que o IMPA pretende é dobrar o número de pessoas que vão morar na rua, e isso tem um impacto. Não tem como negar esse impacto. O IMPA é uma ótima instituição, a gente respeita. Mas essa obra não faz sentido. Botar 129 apartamentos novos numa rua de zona residencial, familiar. Essa legislação foi o que protegeu esse terreno até hoje”, diz Ana Soter, representante de uma associação de moradores.

O terreno atrás do Instituto de Matemática Pura e Aplicada tem 250 mil metros quadrados, e deve ganhar quatro blocos pré-moldados, que vão ocupar 3,5 por cento da área, próxima de uma pedreira desativada há quase 50 anos.

O IMPA, que organiza as Olimpíadas de Matemática das escolas públicas, forma professores e recebe pesquisadores de todo o país, vai investir R$ 100 milhões no projeto, que recebeu um prêmio de sustentabilidade em arquitetura. Serão construídos 67 gabinetes, laboratórios, auditório, biblioteca e 129 unidades de habitação para alunos e visitantes.

A direção do IMPA informa ainda que conseguiu todas as licenças para a obra. Também promete plantar mais de quatro mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica no local, como uma compensação pela retirada de 255 árvores do terreno.

Representantes do IMPA e das associações de moradores da região já tiveram 13 reuniões, e modificações no projeto foram feitas a pedido dos moradores.

“A área de edificação foi reduzida em 25%, de modo a criar um corredor verde de isolamento em relação à vizinhança. A entrada para o prédio foi modificada, e o número de vagas de estacionamento foi reduzido a pedido pelos moradores. Houve toda uma série de modificações em atendimento à demanda dos moradores. Nós temos mantido esse diálogo de forma muito atenta, e vamos continuar”, disse Marcelo Viana, diretor do IMPA.

Matéria O Globo:

Uma equação perfeita para futuro campus com projeto sustentável

Instituto de Matemática Pura e Aplicada dá início à construção para ocupar área no Jardim Botânico e ampliar as atividades

Mirando na futura exploração de todo o potencial científico que existe no Rio, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) já iniciou a primeira etapa da construção de seu novo campus, próximo ao atual, no Jardim Botânico. O projeto, que ganhou prêmio internacional de sustentabilidade, terá um investimento de cerca de R$ 100 milhões, e foi projetado para ser integrado à natureza. A obra será tema de uma audiência pública hoje na Câmara de vereadores, com a presença do IMPA e participação de moradores da região e de órgãos da prefeitura.

A construção, dividida em três etapas e com duração estimada de três anos, começou com a preparação do terreno para a segurança geológica e hídrica. Essa primeira fase está prevista para durar dez meses, período em que também serão implantadas escadas hidráulicas e canaletas para proteger as construções vizinhas. Como contrapartida ambiental, serão plantadas mais de quatro mil mudas de espécies nativas, cerca de 17 para cada árvore afetada em um local indicado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

“Foram seis anos de licenciamento, e quase 30 de estudos técnicos. A área de edificação será em uma clareira da floresta onde já houve uma exploração de uma pedreira. Por isso, o impacto sobre o meio ambiente será pequeno. Das árvores afetadas, cerca da metade é espécie exótica, como a jaqueira. A supressão dessas espécies é considerada uma prática de preservação da Mata Atlântica pela legislação. Elas são agressivas, e impedem a reprodução de árvores nativas”, destaca Marcelo Viana, diretor-geral do instituto, que tem discutido o projeto com a comunidade.

Prevenção para chuvas

Com uma preocupação com o histórico de chuvas que atinge o Rio, Viana conta que parte do projeto de solução hídrica prevê uma obra de galeria pluvial, acordada com a RioÁguas, até o Rio dos Macacos. No entanto, para evitar problemas para a favela do Horto em dias de muita chuva, a intervenção será maior:

“Na conversa com a RioÁguas, solicitaram a construção da galeria e concordamos. Mas constatamos que a solução tinha alguns problemas, porque previa o deságue antes da comunidade que vive às margens do rio, o que poderia ser um risco para as casas. Trabalhamos em uma solução alternativa, em uma galeria mais longa, mas com a vantagem de o deságue ser depois das casas”, ele explica.

Assinado pelo escritório Andrade Morettin Arquitetos e Associados, o projeto “Instituto de Pesquisa de Impacto Mínimo” foi premiado numa competição internacional de propostas sustentáveis em arquitetura: o Prêmio Reconhecimento 2017 da Fundação Lafarge Holcim, da Suíça, foi concedido pelo fato de o projeto integrar a área construída com a natureza e reduzir o impacto no entorno florestal, e pelas modulações climáticas das edificações.

O terreno, na Rua Barão de Oliveira Castro, tem mais de 250 mil metros quadrados, mas apenas cerca de 4% da área será edificada. O diretor do IMPA explica que será uma construção pré-moldada com peças que chegarão prontas, sem a necessidade de um canteiro de obras.

O IMPA é uma instituição de excelência internacional em pesquisa e ensino de pós-graduação em matemática fundado em 1952, e tem, atualmente, cerca de 130 alunos e 50 pesquisadores. O instituto também atua na formação de professores e promove a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), que reúne todos os anos 20 milhões de crianças e adolescentes. 

O presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, que também é membro do Conselho de Administração do IMPA, ressalta que o instituto é um dos maiores centros de ciência do país, e, com a expansão, tem potencial de projetar o Rio no cenário internacional:

“O novo prédio terá a capacidade de receber os vencedores da OBM, permitindo a esses jovens um contato direto com a instituição, num contra movimento à fuga de cérebros. É fundamental para o IMPA atingir todo o seu potencial, que é imenso”, pontua.

Leia também: IMPA abre seleção para cargo de analista administrativo
Folha de S. Paulo: Viana escreve sobre a magia da lei de Benford