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18/09/2018

OBMEP lança quebra-cabeças para alunos de 9 a 11 anos

Quem acha que Matemática só se faz com números ainda não conhece as atividades do “Quebra-cabeças de Matemática”, que faz parte do Portal do Saber da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas).

Lançado junto com a OBMEP para 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, o portal “Quebra-cabeças de Matemática” é destinado para o mesmo público, com faixa etária entre 9 e 11 anos. Os desafios foram desenvolvidos pela matemática Aniura Milanés Barrientos e sua equipe — Leandro Augusto Rodrigues Araujo, Nora Olinda Cabrera Zúñiga, Carmen Giraldo Vergara e Taciany da Silva Pereira.

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“As atividades foram desenhadas com uma linguagem acessível e vêm acompanhadas de imagens atraentes para estimular as crianças a se divertirem enquanto resolvem desafios matemáticos”, explica Aniura.

A fórmula para isso é simples: incentivar o gosto e o interesse pela Matemática, mudando a concepção negativa que se tem sobre esta disciplina no imaginário popular. O foco do portal não são apenas os alunos, mas pais e os professores também.

“A ideia é colaborar com educadores que, muitas vezes, não dispõem de tempo suficiente para selecionar materiais além do livro didático e com os adultos que ajudam as crianças no estudo em horário extraclasse”, diz Aniura.

Sem perder o interesse

As crianças tendem perder o interesse em aprender matemática diante das primeiras dificuldades com a disciplina. Para superar isso, a equipe propõe que cada desafio tenha uma ou mais formas de resolução utilizando materiais concretos para que o processo se torne uma brincadeira.

Esta relação mais próxima com a matéria possibilita o ensino sem “decoreba”, ou seja, ao resolver cada desafio, as crianças são levadas a analisar situações, possibilidades, formular hipóteses e identificar padrões.

O “Quebra-cabeças de Matemática” foi inspirado no projeto Snap Fair — (http://www.mathfair.com/) —, produzido pela fundação canadense SNAP Mathematics Foundation, cujo objetivo é incentivar a organização de Feiras de Matemática nas escolas, disponibilizando desafios, discussões, soluções e orientações ao corpo docente interessado em estimular a curiosidade das crianças na resolução de diversas situações.

Provas da OBMEP, do “Canguru Matemático sem Fronteiras” e problemas do Snap Fair têm sido a principal fonte de inspiração da equipe responsável pelo “Quebra-cabeças de Matemática”. Mas não fica apenas nisso. Eles têm usado como fontes livros de Matemática Recreativa e atividades lúdicas do Projeto Visitas da Universidade Federal de Minas Gerais (http://www.mat.ufmg.br/visitas).

“A equipe está trabalhando no projeto desde março deste ano. Cada desafio requer muita discussão e muito trabalho porque os enunciados sempre são adaptados, as figuras devem ser produzidas e, além disso, para cada desafio são produzidos materiais complementares, como a solução; a discussão sobre como o desafio pode ser resolvido; apresentação ao docente sobre quais são as competências e habilidades dos alunos que serão estimuladas e desenvolvidas no desafio e arquivo com propostas para elaboração de material que ajude a resolver o desafio interativamente”, conta Aniura.    

Matemática em todos os lugares

As atividades propostas pelo “Quebra-cabeças de Matemática” foram elaboradas para aplicação na escola e fora dela também, como uma forma de incentivar os pais e cuidadores dos alunos desta faixa etária a entrar na brincadeira e aprender matemática brincando.

Inicialmente, o portal foi lançado com 12 desafios divididos em dois níveis de dificuldade. A proposta é postar, em média, seis desafios por mês.

Os desenvolvedores esperam contribuir para a melhoria da qualidade do ensino da Matemática no Ensino Básico, para promover uma mudança de atitude em relação à Matemática e ao seu ensino.

“Gostaríamos muito de receber dúvidas, sugestões, críticas e relatos de experiências de professoras, professores e em geral de qualquer pessoa que tenha utilizado os materiais do portal. Esse retorno seria de grande importância para aprimorarmos os materiais que estamos desenvolvendo”, finaliza Aniura Barrientos.

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