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10/04/2019

O que o xadrez nos diz sobre o futuro da humanidade?

O russo Garry Kasprov é derrotado pelo Deep Blue, computador da IBM, durante jogo de xadrez de exibição pública / Divulgação

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

Na faculdade, passava horas na biblioteca. Entre outras joias encontrei o livrinho “Computadores, Xadrez e Planejamento de Longo Termo”, do engenheiro soviético Mikhail Botvinnik (1911-1995), publicado em 1970.

Botvinnik, campeão mundial de xadrez entre 1948 e 1963, era celebridade no meu meio. Que ele tivesse escrito sobre como jogava e como seus processos de decisão poderiam ser reproduzidos numa máquina era uma descoberta incrível para um jovem que aprendia rudimentos de programação. Decidi que iria implementar o seu método!

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Sabia que outros deveriam ter tido a mesma ideia, começando pelos pioneiros da computação na União Soviética. E que, se eles não tinham conseguido, talvez minhas chances não fossem boas. Fui em frente assim mesmo: fracassei, claro, e fui feliz tentando.

Botvinnik propunha “buscas seletivas”: o programador escolhe uma fórmula para avaliar cada posição do tabuleiro e a máquina vai testando movimentos das peças (na época conseguiam testar quatro movimentos à frente), abandonando a busca quando a avaliação fica ruim.

Alguns anos depois as máquinas já eram mais poderosas. As buscas seletivas foram substituídas pela força computacional bruta. As primitivas maquininhas de xadrez dos anos 1980 foram ficando mais competitivas. Mas “sabíamos” que o ser humano manteria a primazia, afinal, nenhuma máquina pode jogar melhor que seu programador, certo?

Até que aconteceu. Em 1997 o computador Deep Blue da IBM, capaz de avaliar 200 milhões de posições por segundo, bateu o campeão do mundo Garry Kasparov. Foi um choque, mas não provou que computadores tivessem ficado mais inteligentes que os humanos. 

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