Morre Mitchell Feigenbaum, pioneiro da Teoria do Caos
O físico e matemático norte-americano Mitchell Jay Feigenbaum, pioneiro nos estudos sobre a Teoria do Caos, morreu em Nova York no último dia de junho deste ano, aos 74 anos. A atuação inovadora do cientista resultou em avanços em campos tão diversos quanto a cardiologia e a cartografia, para citar apenas duas das áreas influenciadas por suas pesquisas sobre o caos.
Em outubro, haverá no IMPA uma palestra de divulgação das pesquisas desenvolvidas por Feigenbaum, que era professor e diretor do Centro de Estudos em Física e Biologia da Rockefeller University, onde atuava desde 1986. Graças a ele sabe-se que, na Física e na Matemática, fenômenos distintos podem apresentar certas características importantes em comum, as chamadas constantes de Feigenbaum. Esta descoberta também foi obtida, de modo independente, pelos franceses P. Coullet e C. Tresser, e é chamada universalidade de Feigenbaum-Coullet-Tresser.
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“A descoberta da universalidade nas bifurcações de duplicação de período constitui um marco na história dos sistemas dinâmicos, cujos efeitos reverberam até hoje”, destacou o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana.
Nascido na Filadélfia (Estado da Pensilvânia, costa leste dos Estados Unidos), Feigenbaum ingressou em 1964 no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde completou o doutorado em Física em 1970.
Em 1983, recebeu o MacArthur Fellowship, prêmio anual da Fundação John D. e Catherine T. MacArthur. Três anos depois, foi agraciado com o Prêmio Wolf de Física, pelo pioneirismo de suas pesquisas teóricas, que demonstraram o caráter universal dos sistemas não-lineares, o que propiciou o estudo sistemático acerca do caos.
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