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17/03/2021

Diretor-geral do IMPA fala sobre Euler e a imperatriz da Rússia

Imagem: Wikimedia commons

Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo

O czar Pedro 3º tinha o nome, mas nenhuma das qualidades de seu formidável avô, Pedro 1º, o Grande. Impopular devido a suas ideias pró-germânicas, em 9 de junho de 1762 foi deposto por tropas fiéis à sua carismática esposa, a princesa alemã Sofia de Anhalt-Zerbst que, ao converter-se à igreja ortodoxa russa, adotara o nome Catarina.

Morreu pouco depois, em condições suspeitas, e Catarina logo se fez coroar, dando início a um reinado de mais de três décadas que fez dela a mulher mais poderosa de sempre, e a única a receber o cognome “a Grande”. Entre suas prioridades estava devolver à capital imperial o brilho cultural que tivera a partir do reinado de Pedro 1º.

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As exigências de Leonhard Euler para voltar à Rússia foram exorbitantes: salário anual de 3.000 rublos, pensão para sua esposa, Katharina, e promessa de cargos importantes na corte para seus filhos. Catarina aceitou sem hesitar e, em 1766, Euler regressou pela última vez a São Petersburgo. Está sepultado no mosteiro Alexandre Nevsky, num mausoléu de mármore que tive a oportunidade de visitar em 1991, quando participei da inauguração do Instituto Euler da Academia de Ciências da (ainda) União Soviética.

Esse período final de sua vida foi marcado por diversas tragédias. Cinco anos após ter ficado cego, em 1771 sua casa foi destruída por um incêndio que quase lhe custou a vida. Dois anos depois perdeu sua esposa de 40 anos. Oito dos 13 filhos do casal não chegaram à idade adulta.

Mas em 1776 casou com sua meia-cunhada Salome, e essa relação durou até a sua morte. Catarina, a Grande, era uma mulher culta e sofisticada, que se correspondia com os maiores intelectuais do seu tempo, e fazia questão de discutir pessoalmente com os pensadores que reuniu em sua corte. Euler não era exceção: tinha encontros regulares com a soberana para conversar sobre matemática e outras ciências.

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