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24/09/2021

Lélio Gama deixou sua marca na história e no mapa carioca

Integrantes do CNPq, na posse do 1º diretor do IMPA, Lélio Gama (6º)/ Crédito: acervo Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)

Autores de descobertas que mudam o destino da humanidade, como o GPS, nada mais justo do que homenagear os matemáticos, como já reforçou Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA, em coluna na Folha de S.Paulo. No IMPA, não faltam exemplos de pesquisadores que deram contribuições significativas para a área. Um deles deixou sua marca também na geografia carioca. Com uma carreira extensa que inclui a posição de diretor do IMPA e do Observatório Nacional, o matemático e astrônomo Lélio Itapuambyra Gama (1892-1981) dá nome a uma rua no coração do Centro da cidade do Rio de Janeiro, localizada ao lado da sede da Petrobras. A homenagem foi conquistada a partir do Decreto Municipal 3352, em 1981, após anos de contribuição de Gama para o desenvolvimento científico do Brasil.

Rua Lélio Gama fica localizada no coração do Centro do Rio de Janeiro / Crédito: Google Maps Street View

O ex-diretor do IMPA entrou para a história por sua sólida reputação como talentoso cientista, além de sua desenvoltura na matemática clássica. Nascido no Rio de Janeiro, Gama começou sua carreira como engenheiro e depois ingressou para o Observatório Nacional, onde foi diretor entre 1951 e 1967. Coroando anos de contribuição para o cenário da matemática brasileira, o intelectual foi também o primeiro diretor do IMPA entre 1952 e 1966, fazendo parte da fundação do instituto.

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Segundo Lindolpho de Carvalho Dias, sucessor de Gama na direção do IMPA, seu colega foi uma figura extremamente importante para a história da matemática e astronomia. Dias chama atenção para uma coincidência curiosa. “Entre os anos de 1967 a 1981, a sede do IMPA ficava localizada no Centro da cidade, na Rua Luís de Camões, 68. O prédio na Camões, que já pertenceu ao IMPA, fica a 10 minutos de caminhada da rua escolhida para homenagear Gama.” 

Aos 91 anos, Dias recorda vividamente do professor Lélio Gama, com quem compartilhou alguns anos no IMPA e pelo qual tem grande admiração. Não lhe faltam elogios ao colega de profissão. “Ele foi até mais conhecido como astrônomo, mas também foi um bom matemático. O Dr. Lélio era muito respeitado não só como matemático e astrônomo, mas como pessoa. Foi uma pessoa excepcional”, comenta o ex-diretor.

O legado deixado pelo matemático é incontestável. À época de sua criação, o instituto contava apenas com dois jovens matemáticos, Leopoldo Nachbin (1922-1993) e Maurício Peixoto (1921-2019). Apesar do início modesto, a experiência de Gama exerceu papel crucial na consolidação do instituto. E Nachbin e Peixoto seriam, mais tarde, os primeiros brasileiros convidados a proferir palestras no Congresso Internacional de Matemáticos (ICM, na sigla em inglês), uma das maiores distinções na carreira de um matemático.

Outros curiosos exemplos de homenagens a matemáticos já foram retratados por Viana em sua coluna na Folha de S.Paulo. Confira o texto na íntegra acessando o site do jornal.

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