John Von Neumann, o mais inteligente da América
Reprodução da coluna de Marcelo Viana, na Folha de S.Paulo
A ida de John von Neumann para o Instituto de Estudos Avançados de Princeton, em 1933, foi o ponto de partida da lenda do “homem mais inteligente da América”. Mas, a essa altura, ele já era um matemático e físico de renome mundial, reconhecido como uma das mentes mais notáveis do século 20.
Von Neumann nasceu a 28 de dezembro de 1903, em Budapeste, capital da Hungria, que então fazia parte do império Austro-Húngaro. A família era endinheirada e tinha status: o pai era banqueiro e, em 1913, foi elevado à nobreza imperial. O sobrenome era apenas “Neumann”, mas quando anglicizou seu nome, o filho decidiu acrescentar o “von”, para dar um tom aristocrático.
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Johnny, como viria a ser conhecido por todos, foi uma criança prodígio, e há inúmeras anedotas sobre seu talento precoce. Um biógrafo conta que aos 6 anos conversava com o pai em grego antigo (inclusive contariam piadas…) e fazia divisões com números de 8 dígitos mentalmente. Um dia, vendo que a mãe fizera uma pausa na costura e o olhava absorta, perguntou: “Mamãe, o que você está calculando?”
Aos 8 anos, sabia cálculo diferencial e integral, mas gostava mesmo era de história: teria lido todos os 46 volumes da História Universal na biblioteca particular do pai. É um dos casos mais conhecidos de memória fotográfica: desafiado, recontou todo o “Conto de duas cidades”, de Charles Dickens, palavra por palavra durante 15 minutos, até que o colega pedisse para parar.
Matriculou-se na universidade de Budapeste, mas passava o tempo viajando: Berlim, para escutar os cursos de Einstein; Zurique, onde estava matriculado em engenharia; e Göttingen, para estudar com Hilbert. Aos 22, concluiu a graduação em engenharia química, em Zurique, e o doutorado em matemática, em Budapeste, além de dois cursos de extensão em química e em física experimental.
A mecânica quântica estava assumindo protagonismo na física, e havia duas teorias matemáticas rivais: a equação de onda de Schrödinger e o formalismo de operadores lineares de Heisenberg. Numa série de trabalhos publicados entre 1925 e 1929, von Neumann resolveu a disputa provando matematicamente que as duas teorias são equivalentes e conduzem exatamente aos mesmos resultados.
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