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11/02/2020

'Se falo que sou matemática, dizem: ‘Não parece’'


“Quando falo que sou matemática, me dizem: ‘Não parece’”. A frase é da jovem espanhola Marithania Silvero. Aos 26 anos, ela desmontou uma conjectura apresentada por Louis Kauffman, em 1983, de que “duas famílias de nós matemáticos são equivalentes”.

Marithania construiu um nó pseudo-alternante e, recorrendo ao polinômio de Conway, descobriu que esse nó não poderia ser alternativo, refutando assim a conjectura de Kauffman. O curioso na história é que Kauffman não só endossou a solução encontrada por Marithania, como acabou firmando uma parceria acadêmica com a pesquisadora. A descoberta da matemática foi reconhecida com o prêmio de pesquisa Vicent Caselles, concedido pela Real Sociedade Matemática Espanhola e pela Fundação BBVA.

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Apesar do reconhecimento, às vezes, Marithania se depara com afirmações de que não “parece” uma matemática. A resposta ela tem na ponta da língua: “qual aspecto uma matemática tem?”. Driblando estereótipos, Marithania afirma que, ao contrário da maioria das mulheres que entram para o campo das exatas, ela não enfrentou grandes obstáculos para seguir na carreira. “Não senti um tratamento diferente que meus companheiros receberam. Mas é verdade que conheço companheiras que tiveram outras experiências”, admite.

O que é a teoria dos nós?
Para torná-la compreensível, Marithania simplifica a teoria dos nós em uma corda com as pontas grudadas. Os matemáticos estudam as transformações que podem ser feitas nessa corda, esticando-a e mudando de forma, mas sem cortá-la. A partir dessas transformações surgem propriedades e, de acordo com diferentes características, os nós se agrupam em famílias.

Fonte: El País

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