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19/12/2022

‘Eu me senti inspirada’, diz aluna do Meninas Olímpicas do IMPA

Duas trajetórias de sucesso na área de STEM (Ciência, Tecnologia e Matemática) foram motivo de inspiração para as jovens participantes do programa Meninas Olímpicas do IMPA, que encerrou as atividades presenciais deste ano na sexta-feira (16) com um encontro na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). As estudantes estiveram no Pão de Açúcar, visita inédita para muitas delas, depois de participarem da roda de conversa com a engenheira Alice Pereira e a cientista da computação Nina da Hora.

O nome não é a única coisa que a estudante da Escola Municipal Francis Hime, Nina de Mendonça Guimarães, compartilha com a cientista Nina da Hora, pensadora da área de computação. Moradora da Taquara, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, Nina Guimarães também é apaixonada pela área de exatas. Aos 14 anos, ainda não fez sua escolha de carreira, mas a roda de conversa abriu os olhos para oportunidades de pesquisa na área de tecnologia.

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“Eu me senti muito inspirada pela Nina da Hora, principalmente por todos os projetos de que ela já participou e desenvolveu, inclusive no exterior. Ela falou sobre um programa que fez com a Apple, que achei muito interessante. Ter participado do Meninas Olímpicas me deu uma oportunidade única de fazer coisas que eu nunca tinha feito antes, como conhecer de perto várias mulheres cientistas e visitar o Pão de Açúcar”, comentou a aluna.

Sophia Bastos, de 15 anos, se identificou com a engenheira Alice Pereira, que uniu suas duas paixões – dança e tecnologia – ao fazer a construção de um robô para uma competição de dança. A cientista desenvolve a robótica na área da saúde. Assim como ela, Sophia é eclética: gosta de dança e teatro, mas também se interessa por tecnologia e psicologia.

“Fiquei muito feliz de conhecer cientistas que tiveram vidas como as nossas. A história da Alice me chamou atenção, porque ela gostava muito de dançar, como eu. Nunca tinha encontrado uma cientista que gostava de dança antes! Ela conseguiu juntar seus dois sonhos e isso me incentivou a continuar buscando uma forma de unir meus talentos e interesses”, comentou Sophia.

Alunas da Escola Municipal Alberto José Sampaio, na Pavuna, Yasmin de Carvalho Moreira da Silva e Ana Clara Viana afirmaram que o programa mudou a visão delas sobre a presença das mulheres na ciência. “Sonho em ser astrônoma, mas por não conhecer mulheres de destaque nessa área, achava que não era capaz. O projeto mudou esse pensamento”, afirmou Yasmin. “Tinha dúvidas sobre o que queria seguir na vida, mas hoje me vejo na matemática, por causa do projeto. Me marcou e vou sentir falta!”, concluiu Ana Clara.

Um dos grandes objetivos do programa é estimular a presença de meninas entre 14 e 17 anos em olimpíadas e na área de exatas, com o objetivo de aumentar a representatividade feminina em profissões ligadas à matemática, computação e engenharia. Ao longo do ano, as jovens participaram de visitas ao IMPA, ao Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), laboratórios, rodas de conversa, painéis, desafios das olimpíadas e oficinas de matemática, computação e robótica, além de debates sobre questões de gênero.

Apoiada pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), a 2ª edição do programa está presente em 10 escolas de diferentes regiões do Rio de Janeiro e Niterói, com professores de todas as cinco universidades do Rio de Janeiro que possuem licenciatura em matemática. Em cada instituição participante, o programa é coordenado por uma professora da unidade e acompanhado por uma licencianda ou graduanda de matemática ou da área de exatas.

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