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13/07/2021

Doutorando do IMPA desenvolve ‘cachorro virtual’

Com o avanço de tecnologias como a inteligência artificial e a aprendizagem de máquina, a cultura digital está delineando novas formas de nos relacionarmos. No Brasil, a influenciadora virtual “Lu”, da Magazine Luiza, chegou a estrelar um clipe com a cantora pop Anitta em uma campanha de divulgação da empresa, lançando tendência no mundo corporativo. De olho nessas inovações e no futuro das novas mídias, o doutorando do Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do IMPA) Caio Souza apresenta nesta quinta-feira (16), às 16h, na Computing Conference, o “cachorro virtual” que vem desenvolvendo em sua tese, orientada por Luiz Velho, pesquisador-líder do laboratório.

“Estou muito contente. É o primeiro artigo que eu publiquei da tese e isso significa que você está no caminho certo. Como programador e engenheiro, quando crio alguma coisa quero que as pessoas apliquem. Por isso é ótimo ter a oportunidade de apresentar o meu trabalho na conferência. Saber que tem gente interessada no que você está fazendo é a maior forma de validação”, comenta Souza.

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Em “Deep Reinforcement Learning for Task Planning of Virtual Characters”, o doutorando vai explicar como aplicou técnicas de aprendizagem por reforço para criar um cachorro virtual muito similar aos de carne e osso. “É como se você ensinasse o computador a jogar um jogo. Você reforça positivamente as escolhas certas que ele faz, e negativamente as escolhas erradas”, explica.

Na primeira etapa do trabalho, Souza e Velho se dedicaram a ensinar tarefas simples ao personagem, como responder a um chamado, fazer círculos acrobáticos, buscar um osso que foi lançado e etc. Agora, eles querem ensinar ao cachorro traços de empatia. “O cachorro tem que saber que ele tem um dono e se ligar no dono, ter uma interação que faz você sentir que ele é um ser emocional, como os cachorros da vida real”, conta Velho.

Souza explica que o desenvolvimento emocional do personagem é fundamental para que ele se insira em diferentes narrativas e alcance mais pessoas. “Um cachorro totalmente mecânico não vai gerar o sentimento de empatia nas pessoas. A intimidade é muito importante. Criando esse tipo de personagem a gente dá oportunidade para quem tem criatividade com a ferramenta criar narrativas super interessantes em cima dela.”

Um dos diferenciais do trabalho é que ele poderá ser transportado para diferentes mídias de realidade virtual, como em peças de teatro, jogos e filmes. “Você pode entrar em comunidades virtuais com seu cachorro de estimação, ele vai junto”, ressalta Velho. Além de estar em código aberto, a tese do doutorando explica o passo a passo da criação do personagem digital.

Sediada em Londres, na Inglaterra, desde 2013, a Computing Conference é uma das mais importantes conferências da área de ciência da computação. A edição atual acontece em formato virtual, na próxima quinta e sexta-feira. O objetivo da conferência é ser um espaço privilegiado para pesquisadores e profissionais da indústria compartilharem novas ideias, resultados de pesquisas e experiências de desenvolvimento em vários campos. As inscrições são pagas e devem ser feitas no site do evento.

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