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14/03/2022

Dois anos depois, alunos voltam a frequentar aulas no IMPA

Foram dois anos longe do campus na Estrada Dona Castorina, no Jardim Botânico. Com o rápido agravamento da pandemia da Covid-19, as videoconferências, os e-mails e os aplicativos de mensagens se tornaram as principais ferramentas para manter aulas, apresentações, cursos e eventos do IMPA acontecendo. Mas nesta segunda-feira (14), o clima no instituto era de comemoração. Uma frase escrita no quadro negro da sala do café resumia o sentimento geral: Voltamos!

O início das aulas de 2022 no mestrado e doutorado foi marcado pelo retorno presencial dos alunos ao IMPA. As atividades na sede do instituto estavam interrompidas desde 17 de março de 2020 por causa da pandemia. No fim do ano passado, os pesquisadores e demais funcionários voltaram aos poucos ao trabalho presencial. Em janeiro, o Curso de Verão iniciou as atividades de forma híbrida, com opção de formato online ou virtual. Mesmo assim, alguns participantes escolheram continuar em casa neste período.

“Agora, o IMPA está parecido com o que conheci no Curso de Verão de 2020. Nesse verão, as salas estavam vazias, tinha poucos alunos estrangeiros e até os próprios brasileiros estavam fazendo à distância. Era até um pouco triste”, disse Arthur Melo, que acaba de iniciar o mestrado no IMPA. 

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Se antes, alunos e professores se uniram no desafio de manter as atividades da melhor forma possível a fim de evitar prejuízos ao ensino e à pesquisa desenvolvidos no IMPA, todos concordam que os encontros frente a frente são muito mais proveitosos. “Foi um malabarismo para todo mundo manter as coisas funcionando, mas não é a mesma coisa. A gente perde muito da experiência que vai além da passagem formal do conteúdo. Agora o IMPA está cheio de novo, a gente vê as pessoas conversando, trocando ideia no quadro negro, isso deixa a gente bem mais animado do que nos últimos dois anos”, afirmou o pesquisador Roberto Imbuzeiro, que chegou a dar aulas da cozinha de casa

Mesmo antes da pandemia, a integração com o formato virtual já era uma preocupação do IMPA, que já disponibilizava aulas e cursos em seu canal de YouTube. Com as mudanças decorrentes das restrições impostas pelo coronavírus, a demanda pelo conteúdo online aumentou,e não faltou criatividade para enfrentar o período. Agora, os 50 alunos do mestrado e os cerca de 80 do doutorado comemoram a volta ao campus. “Estar aqui presencialmente faz total diferença. Você vê os professores, os colegas, pode discutir os exercícios, dá para trocar muita informação. Hoje, eu vi um amigo que não encontrava há dois anos, foi muito caloroso”, resumiu a aluna do doutorado Crislaine Kuster.

Mas não foram só alunos e pesquisadores que sentiram falta do burburinho nos corredores. Os funcionários também torciam pelo momento em que todos pudessem se reencontrar. No IMPA desde 1988, a funcionária Dora Santos disse que o lugar voltou a ficar alegre. “Depois de um ano e seis meses longe, já estava sentindo falta do trabalho e dos amigos. Em casa, a gente fica muito parada. Eu mesma sabia todos os ramais de cabeça, agora estou tentando pegar tudo de novo. Fora que reencontrar os amigos que a gente deixou e ver que está tudo voltando ao normal é sinal de vida e esperança!”

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