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01/12/2022

Com robô da adição, Meninas Olímpicas vencem Hackathon

 

As aulas de robótica do programa Meninas Olímpicas do IMPA ajudaram um grupo de alunas do Instituto de Educação Carmela Dutra, escola técnica do Rio de Janeiro voltada para a formação de professores, a construir o Bimô. Trata-se de um robô, que, a partir de recursos lúdicos e criativos, ajuda crianças a aprenderem os conceitos de adição. A criatividade deu a elas a vitória no Hackathon Meninas Normalistas, promovido pelo Museu da Ciência e Vida, em Duque de Caxias. 

Ficamos bem animadas com o Hackathon. Não sabíamos que havia competições para escolas normalistas, foi uma novidade para nós. Foi um desafio e uma experiência única e divertida. Tivemos que fazer quase tudo na hora”, disse a aluna Thuany Vitória. 

No Carmela Dutra, ela participa de aulas do programa Meninas Olímpicas – que busca incentivar a maior participação de meninas em atividades e olimpíadas de Matemática, na tentativa de diminuir as barreiras ao acesso do público feminino a atividades científicas e tecnológicas. 

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Além de Thuany, mais quatro alunas da instituição – Djiane Martins, Giulia Olivio, Menara Genésio e Rachel Cristine – todas do programa Meninas Olímpicas, formavam o time vencedor do Hackathon, desafio voltado para o desenvolvimento de projetos de inovação e tecnologia. 

“O Meninas Olímpicas me fez enxergar a matemática de uma outra forma, desconstruiu tudo aquilo que pensava antes sobre a disciplina, que era algo super difícil, um bicho de sete cabeças. Aprendi a gostar de matemática e a admirar mulheres engenheiras, matemáticas e físicas que fizeram parte da história”, afirmou Thuany.

Com apoio do IMPA e da Federação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), o Meninas Olímpicas financia bolsas para 30 alunas do ensino básico, de 14 a 17 anos, de escolas públicas do estado. No entanto, as aulas e atividades da iniciativa atingem um número maior de adolescentes que acabam integrando o grupo de estudos. O programa beneficia 10 instituições de ensino. 

Fabiana Rodrigues, professora do Instituto de Educação Carmela Dutra, localizado em Madureira, diz que, por meio do projeto do IMPA, as alunas têm aulas inovadoras, que incluem robótica, e são incentivadas a participarem de eventos de divulgação científica da matemática e olimpíadas. 

“As alunas perceberam que meninas podem fazer e sonhar com o que quiserem. Conseguiram sair da zona de conforto e construir um robô, sozinhas, preocupadas em ensinar a matemática de forma lúdica, criativa e divertida”, afirmou. 

O desafio do Museu da Ciência e da Vida foi destinado a alunas do ensino médio, de escolas públicas e privadas de formação de professores, localizadas na capital e na região metropolitana do Rio de Janeiro. A competição teve dois dias de trabalho, com oficinas, palestras e a parte prática. A avaliação consistiu no plano de aula, apresentação, vídeo e o desenvolvimento do projeto. 

Coordenadora do Meninas Olímpicas, Letícia Rangel explica que o projeto busca aumentar a participação das mulheres nas áreas de STEM (ciências, engenharia e matemática). “O programa promove oportunidades para as alunas apresentarem seus projetos em eventos e festivais. Isso dá a elas experiência e desenvoltura para participar de competições como o Hackathon”, disse. 

Thuany é a prova de que a iniciativa está alcançando seus resultados: “Hoje em dia penso em fazer engenharia naval, o que antes jamais cogitaria”.

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