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24/01/2023

Calebe desbrava ‘caminhos’ da matemática com a OBMEP

Com pouco mais de 20 mil habitantes, o município de Vargem Alta (ES) registrou a primeira medalha de ouro na 17ª edição da OBMEP. O resultado foi fruto da dedicação de Calebe Abrantes Abílio, 14 anos, que também foi o único medalhista de prata do município, na 16ª OBMEP em 2021. O talento do capixaba para os cálculos refletiu até nos negócios. Ele já arrecadou mais de R$ 1 mil com a venda de cactos e suculentas.

O gosto pela matemática surgiu pelo poder desafiador da disciplina. No 6º ano do Ensino Fundamental, o professor Welson de Nascimento Júnior, o incentivou a participar da 16ª OBMEP porque percebeu que o aluno tinha habilidade.

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“O Calebe é um menino fora da curva, isso é inquestionável, porque ele não se limita, quer saber sempre mais e coisas novas. Quando ensinava algo que ele aprendia rápido, perdia o interesse. Então quando trouxe as provas da OBMEP, que não são muito fáceis de resolver, isso fez com que ele se sentisse desafiado!”, comentou o professor da Escola Municipal de Educação Básica Prosperidade.

O docente disse que, além de incentivar o jovem a estudar, acabou pessoalmente desafiado a aprender coisas novas com a OBMEP. “Calebe me tirou da zona de conforto, porque muitas vezes eu vinha para casa pesquisar o que ele perguntava”, relembrou.

Além de contar com o empenho dos professores, Calebe explicou que foi no Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), da OBMEP, que se apaixonou ainda mais pela disciplina. 

“No PIC aprendemos de onde vem os nomes das fórmulas, como os cálculos surgiram e porque funcionam, muito além de como fazer o cálculo em si. Aprendemos que a matemática tem mais de um caminho para seguir”, explicou o estudante.

No Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), da OBMEP, Calebe se apaixonou ainda mais pela disciplina

O PIC oferece aulas de matemática aprofundada e uma bolsa de R$ 100 do CNPq para alunos de escolas públicas. Após a participação no programa, o estudo se tornou parte do dia a dia de Calebe. 

Diciula Abílio conta que, depois das aulas, o filho ficava até tarde da noite estudando quando se sentia estimulado a buscar cálculos diferentes. “A partir da OBMEP ele descobriu que tinha um mundo na matemática. Foi nesse momento que ele entendeu que podia ir além, sobretudo depois de participar do PIC. Ele não faltava de jeito nenhum, foi uma participação sensacional”, avaliou a mãe do menino. 

Talento para os negócios

Calebe brilha não só na matemática, mas também nos negócios. Pensando no futuro, começou a juntar dinheiro com a venda de cactos e suculentas. O jovem já arrecadou mais de R$ 1 mil com o pequeno negócio, mas ainda não sabe onde vai investir o dinheiro. Custear a graduação é uma das possibilidades, mas ele está mais interessado no desafio das vendas do que no valor.

“Ganhei uma muda de cacto da minha avó e gostei muito de cultivar. Comecei a comprar as mudas e fui vendendo primeiro para os parentes, depois para outras pessoas. No início, eu comecei a vender para comprar mais plantas. Aí fui vender no restaurante, no Centro da cidade, e fui vendo que dava dinheiro”, comentou.

Sempre focado nos estudos, Calebe já pensa na graduação. “Ainda não tenho certeza do que quero fazer, mas me interesso muito pela área de exatas, talvez engenharia robótica”, completou.

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