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03/10/2022

Faixa preta de taekwondo defende tese de doutorado

Caio Souza, faixa preta em taekwondo, defende tese de doutorado no IMPA

Apaixonado por taekwondo e matemática, Caio Lucas dos Santos Souza, de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, evoluiu na matemática, e na luta, devido ao seu espírito curioso e realizador. A comprovação disso é sua defesa de tese de doutorado no IMPA, que será realizada amanhã, às 13h, pelo Metaverso, e na sala 232. 

O trabalho, intitulado “Agentes Inteligentes Virtuais”, aborda técnicas de aprendizado de máquinas, combinando gráficos e inteligência artificial em tempo real. O objetivo é trazer à vida agentes que não sejam completamente robóticos e sem profundidade. 

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A tese foi orientada por Luiz Velho, pesquisador-líder do Visgraf (Laboratório de Computação Gráfica do IMPA). “Um dos caras mais importantes da computação gráfica no Brasil. Certamente não teria chegado tão longe sem a ajuda e dedicação dele”, disse Souza. 

“Minha pesquisa envolve computação gráfica e inteligência artificial, com objetivo final de ter agentes inteligentes no mundo virtual, por exemplo personagens de jogos e outras mídias que interajam de forma diferenciada com o usuário”, diz Souza. “No meu caso específico, temos um cachorro virtual inteligente, que simula comportamentos de um cachorro real em realidade virtual”, complementou. 

Filho de mãe costureira e pai músico, o doutorando diz que o apoio em casa foi muito importante para sua formação: “Tive uma infância e adolescência modesta. Meus pais sempre me motivaram e incentivaram a ser uma pessoa curiosa e estudiosa, ajudando em tudo que podiam”.

“O interesse pela matemática surgiu de forma natural. Acho que não foi uma escolha. As coisas foram acontecendo. Minha curiosidade me levava a querer entender as coisas. Consequentemente, caia na matemática”, explicou.

Mas tem um fator que ele julga um marco no seu desenvolvimento: ter conquistado medalha de bronze na OBMEP (Olímpiada de Matemática das Escolas Públicas). O feito o levou a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), onde, segundo ele, a matemática é apresentada de uma forma diferente da maneira como é ensinada na escola. 

Formado em engenharia da computação no Instituto Politécnico da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), ele fez mestrado em modelagem computacional na mesma instituição, que fica em sua cidade natal. 

Fã de taekwondo

“Durante o mestrado, meu co-orientador me indicou fazer um dos cursos de verão do IMPA, no caso de Computação Gráfica 2D. Foi sensacional. Também fiz um ‘tour’ pelo Visgraf. Isso me motivou a fazer doutorado no IMPA”, contou o estudante. 

Sobre o IMPA, elogia a qualidade e profundidade do ensino, assim como o entusiasmo das pessoas que estudam e trabalham na instituição. A matemática, contudo, não foi o único motivo que o trouxe ao Rio. 

“Uma das coisas mais indispensáveis na minha vida é o taekwondo, pratico desde os 14 anos. Sou faixa preta. Um dos motivos de vir ao Rio foi a possibilidade de treinar com o mestre Renato Ribeiro [vice-campeão mundial e professor da Academia Kim].

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