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29/11/2022

Turbulência hidrodinâmica: A ciência por trás do café com leite

Ciro Campolina em frente à Basílica Notre-Dame de Fourvière, em Lyon, França.

Os próximos dias serão marcantes para o aluno do IMPA Ciro Campolina. Nesta quarta-feira (30), às 10h, na sala 232, com transmissão pelo Youtube do instituto, ele defende sua tese de doutorado sobre turbulência hidrodinâmica, conceito que aborda o movimento de fluidos, como água e ar. Uma semana depois, Campolina realizará outro sonho: vai se casar com Luíza, sua noiva. 

“Sou católico romano e consagrado à Virgem Maria. Espero que a minha carreira na Matemática seja o sustento de nossa família que se constituirá no nosso matrimônio. No momento, aguardamos o resultado para uma possível vaga de pós-doutorado na Europa”, disse. 

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Campolina recebeu o Prêmio Odelar Leite Linhares de Melhor Dissertação de Mestrado, concedido pela Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC). E agora, defende a tese de doutorado “Escoamentos e Fronteiras em Malhas Logarítmicas”. 

“Trabalho com turbulência hidrodinâmica. Trata-se do movimento desordenado e complexo que muitos fluidos, como água e ar, desenvolvem em determinadas condições. Esse fenômeno está presente no nosso dia a dia, quando misturamos o leite com o café, na previsão do tempo meteorológico ou nas ondas do mar de Copacabana. Matematicamente, pesquisamos como o fenômeno da turbulência se relaciona com possíveis singularidades nas equações governantes da Dinâmica dos Fluidos”, explicou. 

No doutorado, Campolina repete a dobradinha de sucesso de sua dissertação de mestrado, novamente com orientação do pesquisador do instituto Alexei Mailybaev. “A minha principal motivação para estudar no IMPA foi trabalhar com o professor Mailybaev. Ele sempre se envolveu com grande proximidade e entusiasmo no meu trabalho de pesquisa, por meio de experientes conselhos e brilhantes ideias”. 

Nascido no Rio de Janeiro, mas criado na mineira Juiz de Fora, Campolina conta que só retornou à capital fluminense para o mestrado no IMPA. A matemática, diz, é uma paixão antiga. “Sempre tive aptidão e gosto pelas ciências exatas. Durante a minha graduação em engenharia mecânica [realizada na Universidade Federal de Juiz de Fora], entendi que possuía vocação acadêmica e optei por corresponder a essa vocação dedicando-me à matemática aplicada”. 

Sobre o IMPA, onde está desde 2017, afirma que seu diferencial é a combinação de excelência em pesquisa com estrutura organizacional eficiente. “Acredito que tais atributos foram arduamente conservados ao longo dos 70 anos de história do IMPA,  como verdadeiro tesouro de nossa instituição”. 

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