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06/11/2020

Redes de mulheres matemáticas são destaque em webinar

 

A diversidade passou a fazer parte da agenda de toda a sociedade. E que tal pensar na expressão “Maria vai com as outras” sob uma nova perspectiva? O convite foi feito pela diretora de Ciência do Instituto Serrapilheira, Cristina Caldas, durante o webinar “Duas histórias da matemática brasileira”. “Uma mulher pode dar a mão para a outra e ir puxando as demais”, incentivou. Para mostrar exemplos que vêm encorajando a inserção de mulheres na área das ciências, a pesquisadora do IMPA Carolina Araujo participou do evento, levando suas experiências na academia.

“O que tenho percebido é a importância de se criar redes matemáticas. No Encontro Brasileiro de Mulheres Matemáticas, realizado pelo IMPA em 2019, discutimos várias questões. E é muito importante nós falarmos sobre isso, ouvirmos outras mulheres e entendermos que somos muitas”, destacou Carolina. A matemática pontuou ainda que programas de tutoria feitos por mulheres traçam novas perspectivas para quem está ingressando na carreira. “A troca entre estudantes mais jovens e modelos que já estão alguns passos mais adiante contribui para a formação de uma rede de mulheres, que fortalece a comunidade científica.” 

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Vice-presidente do Comitê para Mulheres na Matemática da União Internacional de Matemática (IMU, na sigla em inglês), Carolina apresentou sua trajetória pessoal e falou sobre sua atuação profissional. Depois da graduação pela PUC-Rio com passagem pela Universidade de Berkeley (EUA), doutorado na Universidade de Princeton (EUA) e pós-doutorados pelo Instituto de Pesquisa Matemática (Berkeley) e pelo IMPA, a pesquisadora alcançou um feito até então inédito para brasileiras. “Este ano, receber o Ramanujan Prize foi um grande incentivo”, destacou sobre a premiação concedida em setembro. 

Para tornar a matemática um campo mais aberto, Eduardo Teixeira, que também participou do webinar, falou sobre a aproximação do campo científico com o grande público e com a imprensa. Atualmente professor titular no Departamento de matemática da Universidade Central da Flórida (EUA) e vencedor do Ramanujan Prize em 2017, Teixeira destacou a ideia geral que se tem sobre o campo matemático como incompreensível, como um dos principais desafios a ser ultrapassado.

“E há também um problema que antecede a isso, que deve ser combatido: o próprio sistema educacional de matemática apresenta a disciplina aos nossos alunos de diferentes níveis como difícil e complexa, e as pessoas acham que isso é natural.” Para o pesquisador, matemáticos precisam ter a preocupação constante de mostrar a beleza da ciência para o público em geral. “Afinal, quem é que não gosta de ser criativo e de resolver problemas?”

Confira o webinar “Duas histórias da matemática brasileira” na íntegra!

 

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