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07/11/2022

É Ouro! OBMEP entrega medalhas para 500 estudantes

Expectativa, ansiedade e muita alegria. Estudantes de todo o Brasil receberam nesta segunda-feira (7), em Salvador (BA), a tão esperada medalha de ouro da 15ª OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). Eles tiveram o melhor desempenho entre os mais de 18 milhões de participantes da olimpíada, a maior competição científica do país. 

O diretor-geral do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), Marcelo Viana, comemorou a volta da cerimônia nacional da OBMEP, após dois anos de pandemia, e destacou os planos do instituto para o futuro, como a criação de um curso de graduação. “O IMPA vai lançar em 2024 sua primeira graduação, no centro de inovação no Rio de Janeiro. Será um curso de bacharelado com ênfase em matemática, computação, ciência de dados e física, visando a capacitar profissionais de altíssimo nível. Um dos fatores de admissão são os resultados nas olimpíadas do conhecimento, especialmente a OBMEP”, contou.

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Representando suas cidades e estados, os medalhistas subiram ao palco para receber a homenagem. Entregaram as medalhas o diretor-geral do IMPA, o coordenador-geral da OBMEP e diretor-adjunto do IMPA, Claudio Landim; o secretário de Articulação e Promoção da Ciência, Daniel Lavouras; o secretário de Educação da Bahia, Danilo de Melo Souza; o presidente do CNPq, Evaldo Ferreira Vilela; o vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jailson Bittencourt de Andrade; a diretora da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), Walcy Santos; e o diretor-geral da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Wagner Victer.

Lavouras ressaltou a importância da matemática para a formação dos profissionais do futuro. “O IMPA é um centro de excelência, e temos que replicar isso porque precisamos de mais matemática. Internet das coisas, inteligência artificial, machine learning, isso tudo precisa de matemática, e se nada for feito, em 2030 teremos um gap de 1 milhão de profissionais nas áreas tecnológicas”, afirmou o secretário, que representou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Paulo Alvim.

A solenidade premiou os mais bem colocados entre todos os participantes da olimpíada, que teve mais de 54 mil escolas inscritas, das quais 49 mil públicas. Ao todo, são 579 medalhistas de ouro – 443 compareceram à cerimônia. Todos são convidados para participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que oferece aulas avançadas de matemática e uma bolsa de R$ 100 do CNPq. 

No discurso, Landim anunciou ainda uma nova ajuda de custo, que estará disponível para os medalhistas em 2023. “A partir do ano que vem teremos uma novidade: a bolsa Tech Behring. São 25 bolsas de R$ 900 mensais da Fundação Behring para ex-medalhistas admitidos em universidades na área de tecnologia”, anunciou.

Multimedalhistas

Entre os premiados, destaque para dez multimedalhistas, que ganharam quatro ou cinco medalhas cada nas últimas edições. O paraibano Leonardo Lima, 19 anos, exibiu orgulhoso o quinto ouro. “Em 2014, recebi um bronze e vi que dava para ir mais longe. Depois disso, foi só ouro! Hoje, faço licenciatura em matemática e sou MC. Tem muita matemática no meu rap e muito rap na minha matemática”, contou.

Desde 2017, o IMPA premia as meninas com melhor desempenho em cada nível da OBMEP. O troféu Meninas Olímpicas tem o objetivo de incentivar as mulheres na matemática. As vencedoras desta edição foram Jessica Guedes (nível 1), Bianca Araújo (nível 2) e Daniela Fernanda Giraldo (nível 3).

Personalidades que marcaram a história da OBMEP

A cerimônia deste ano teve um componente especial para celebrar personalidades que ajudaram a construir a história da OBMEP. A deputada federal Tabata Amaral, medalhista na primeira edição em 2005, foi uma das homenageadas.

Deputada Federal Tabata Amaral ao lado de diretor do IMPA, Marcelo Viana, e coordenador da OBMEP, Claudio Landim

O prefeito do Recife, João Campos, recebeu a placa em nome do pai, Eduardo Campos, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações na época da criação da OBMEP. “Eduardo Campos deu seu apoio enérgico à proposta do IMPA, emprestando sua notável competência e seu enorme cacife político para assegurar que a proposta do IMPA fosse aprovada pelo governo federal”, lembrou Viana.

Prefeito de Recife, João Campos, é homenageado em nome de seu pai, Eduardo Campos. À esq., Claudio Landim, coordenador da OBMEP, e à dir., Marcelo Viana, diretor do IMPA

Diretor do IMPA no início da OBMEP, o matemático César Camacho foi homenageado e representou o ex-ministro da Educação José Henrique Paim. Pai de medalhista e entusiasta da olimpíada, o ex-secretário de Educação do Rio Wagner Victer também foi lembrado, assim como o ex-presidente da Capes e ex-diretor do CNPq Jorge Almeida Guimarães.

Jorge Almeida Guimaraes, ex-presidente da Capes e ex-diretor do CNPq foi um dos homenageados

Outros homenageados por contribuírem com a história da OBMEP foram Elizabeth Jaskow Mac Nicol, superintendente da B3 Social; Mario Girasole, presidente do Instituto TIM (representado pelo diretor de Environmental, Social & Governance do instituto, Marcio Lino); Angela Cristina Dannemann, ex-superintendente do Itaú Social; e os professores Ana Catarina Pontone Hellmeister, Francisco Dutenhefner, José Carlos Rodrigues (in memoriam), Michel Spira, Luiz Malagutti e Sonia Regina Di Giacomo.

Ex-diretor do IMPA César Camacho foi um dos homenageados. Ao seu lado, ClaudIo Landim (esq.), coordenador da OBMEP; e Marcelo Viana (dir.), diretor do IMPA

Também estiveram presentes na cerimônia representando o Itaú Social, a gerente de implementação, Tatiana Bello, e a coordenadora de implementação, Claudia Petri.

Sobre a OBMEP

Criada pelo IMPA e realizada com apoio da SBM, a competição é promovida com recursos do MCTI e do MEC. Destinada a estudantes do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Médio, a OBMEP contribui para estimular o estudo da Matemática e identificar jovens talentos da disciplina. Outros objetivos são promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento e contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, possibilitando que um maior número de alunos brasileiros acesse material didático de qualidade.

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